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Leão revela motivos da sua saída da Lusa: “era voluntário, não funcionário”
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Alexandre Praetzel

Emerson Leão deixou a gerência de futebol da Portuguesa, dois meses depois de assumir como voluntário do clube. Voltou à Lusa para ajudar o presidente Alexandre Barros, mas saiu após algumas discordâncias. Leão acha que a Portuguesa tem solução, se houver humildade e trabalho a médio ou longo prazo. Em entrevista exclusiva ao blog, Leão revelou a principal causa da sua saída e pediu torcida pelo técnico Estevam Soares e pelo presidente Alexandre Barros. Leia abaixo:

Saída da Lusa

“Aconteceu, infelizmente, minha saída da Lusa. Não concordei com algumas atitudes, de algo que já era acertado previamente com o presidente. Como dizem, os incomodados que se mudem. Ele ligou várias vezes pedindo para eu voltar. Está querendo acertar, é muito jovem. Mas eu tenho meus princípios. Ele reconheceu erros e pediu minha volta. Fico chateado pela Portuguesa estar desse jeito. Eu fui lá fazer um trabalho voluntário. Foi mesmo por discordância. Para minha surpresa, estava viajando, voltei e vi o time na zona de rebaixamento. Uma pena. Torço agora para que o Estevam Soares acerte, ele conhece a Lusa. Não posso admitir que a Lusa continue assim. Desejo felicidades ao presidente. Meus dois meses foram tranquilos. Algumas coisas não fluíram, não foram como combinado. Meu carinho pela Portuguesa não mudou e torço para o presidente, mesmo dentro da sua juventude. Que vá melhorar e ele, aos poucos, vai se recuperando”.

Causa da saída

“Sucessão de fatos que eu não concordava. Tinha autoridade para não concordar. Não gosto de injustiças, mas foi uma série de coisas. Não deixei de ser amigo do presidente. Nunca contratei ninguém, estava lá como voluntário, não como funcionário. Seria inadequado se tomasse alguma posição,. Me relacionei bem com o técnico Tuca Guimarães, mas infelizmente chegou o momento de tomar decisões”.

Portuguesa tem jeito?

“Acho que tem jeito, mas não a curto prazo. Tem que fazer revisão geral. Acertar suas linhas, resolver seus problemas do passado, que são muito grandes. Pesam muito para o novo presidente. O Alexandre não sabia a dimensão do problema. Sofro com ele. A Lusa não se preparou para perder os cardeais. Tem umas cabeças boas com grandes projetos. Concordo com algumas coisas. Mas a curto prazo, não vejo melhorias. O CT é ótimo e o estádio também, precisando de modernidade, claro. Uma coisa que me aborreceu. Tiraram três jogos do Canindé porque estavam vendendo as datas para outros eventos. São 19 jogos na A2, nove em casa e dez fora. Você tira mais três dentro de casa e fica atrás dos teus concorrentes. Não concordei e bati o pé e ele também. Estávamos abertos a ajudar e outros clubes também. O Palmeiras cedeu um jogador de 19 anos, conhecido do Tuca, um zagueiro pela esquerda. Não sei o nome. O menino chegou lá e o presidente disse que não ia treinar porque tinham quatro vagas de inscrições e uma ordem do presidente para preencher com jogadores para serem titulares. Se ele não vai ser titular, o presidente está certo, porque só tinham quatro vagas. O Tuca reclamou, mas o presidente estava certo. Liguei para o Cícero Souza, gerente do Palmeiras, e agradeci. Para minha surpresa, três dias depois, chegou o Rico, 36 anos, do Bahrein, mandado pelo presidente. Não, da mesma forma do outro, também não vai treinar. Os atletas não têm culpa. Foi a gota d’água. Com humildade e reconhecendo que a situação é ruim, sem dinheiro e com tudo penhorado, no dia a dia, a gente pedia coisas mínimas para o clube funcionar. A colônia portuguesa é maravilhosa. Estou pronto para ajudar. O Estevam me ligou e estou pronto para ajudar, mas sem estar presente. O voluntário é passageiro, não eterno. O ranço interno tem que ser desfeito. Todo mundo precisa apoiar o presidente. Tem gente que gostaria de ajudar, mas estão desconfiados em ajudar”.

Capacidade do time da Portuguesa

“Não discuto. Um pode treinar de um jeito e outro treinar de outra maneira. O Estevam já treinou a Lusa e o presidente deve tê-lo procurado por causa disso. Não indiquei Estevam. Ele me agradeceu, mas não indiquei. Antes, com o Tuca, vimos uns jogos da base. O Tuca não aproveitou ninguém da base. Não que ele não quisesse, ele achou que não havia mérito para isso”.

Goleiros do São Paulo

“Passei por lá em 2011. Já no meu tempo, pedi a contratação de um goleiro para substituir o Rogério Ceni. Falei o seguinte. Vamos trazer um menino de 20 anos para baixo, para ver o Ceni jogar. Ele vê, assimila e no próximo ano pode ser titular. O Adalberto Batista, diretor de futebol, não quis contratar porque ele não gostava dos jogadores. Indiquei o Neto, do Atlético-PR e atualmente na Juventus, Giovani e Renan Ribeiro, ambos do Atlético-MG. Depois que eu saí de lá, eles contrataram um dos três (Renan) que eu indiquei. O Denis não conseguiu a titularidade. Não significa que não tenha qualidade, mas parece que não confiam mais nele. Se teria que contratar, hoje o treinador RCeni passa um crivo muito grande para o seu goleiro. E o próximo também será terá que ser referenciado pelo treinador, um ex-goleiro ídolo do clube”.

A Portuguesa está em 15º lugar da Série A2 do Paulista com dez pontos. Hoje, estaria rebaixada para a Série A3. Faltam nove rodadas para as definições dos quatro classificados às semifinais e os times rebaixados.

 

 

 


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