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São Paulo fecha 13 anos sem o Paulista e 12 sem decidir. O maior jejum
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Alexandre Praetzel

O São Paulo completou 13 anos sem vencer o Campeonato Paulista e 12 anos, sem decidir o título. Em 2006, no torneio de pontos corridos, o São Paulo foi vice-campeão para o Santos. De 2005 a 2008, o São Paulo foi tricampeão brasileiro e ganhou a Libertadores da América e o Mundial Interclubes, pela terceira vez. O discurso era de que o Estadual não tinha importância, porque o São Paulo sempre estava envolvido em grandes competições, com possibilidades de conquistá-las. O detalhe era que o tricolor atuava com força máxima e o discurso era apenas para repercutir externamente. É o maior jejum da história, repetindo a seca de 1957 a 1970, anos da construção do Morumbi.

Na última quarta-feira, mais uma eliminação numa semifinal, ainda mais com um gol sofrido nos acréscimos e a derrota nas cobranças de pênaltis. O São Paulo melhorou na sua atitude e postura dentro de campo, igualando os duelos contra o Corinthians, mais treinado e encorpado do que o São Paulo. Mas, novamente, ficou no quase. Aquele Clube-modelo, referência na América do Sul e dominante como gestão no Brasil, se perdeu com o passar dos anos. E os conselheiros e “cardeais” deveriam olhar para dentro dos seus gabinetes e salões do Morumbi, chegando à conclusão do porquê, tamanho recesso. Agora, tem Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro pela frente. Será que é possível o São Paulo levantar algum troféu, em 2018? Difícil, mas não impossível.

Abaixo, as eliminações são-paulinas de 2007 a 2018. Confiram.

2007 – Semifinal para o São Caetano

2008 – Semifinal para o Palmeiras

2009 – Semifinal para o Corinthians

2010 – Semifinal para o Santos

2011 – Semifinal para o Santos

2012 – Semifinal para o Santos

2013 – Semifinal para o Corinthians

2014 – Quartas-de-final para a Penapolense

2015 – Semifinal para o Santos

2016 – Quartas-de-final para o Audax

2017 – Semifinal para o Corinthians

2018 – Semifinal para o Corinthians

 

 

 

 


São Paulo pode igualar maior seca do Paulista. São Caetano é bem arrumado
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Alexandre Praetzel

O São Paulo conquistou o Campeonato Paulista pela última vez, em 2005. Foi um torneio de pontos corridos, com um turno só. O técnico era Emerson Leão, que passou novamente pelo clube, em 2011. O blog pediu a opinião do treinador, sobre as causas deste jejum.

“Entendo que isso ocorreu e vem ocorrendo, há muito tempo. Não foi só uma coisa. Coincidência, é que depois que o ex-presidente Juvenal assumiu, não ganhou mais. Vários treinadores sendo substituídos, infinitos jogadores, sem nunca se formar uma raiz. Eu acho que a identificação do que era o São Paulo, terminou há muito tempo. Está na hora de começar de novo do zero porque é um excelente Clube, muito bom de trabalhar”, afirmou Leão.

De lá para cá, se foram 12 anos sem levantar o Estadual. Lembro que os tricolores sempre trataram o Paulista como um objetivo menor, porque o São Paulo tinha ganho Libertadores e Mundial de Clubes e empilhou três Brasileiros consecutivos, o único a fazer isso, na história. Só que nos confrontos decisivos, sempre atuava com os titulares. O discurso era para julgamento externo.

Agora, o Estadual pode ser a salvação do ano. A diretoria trocou o técnico outra vez e o time está longe de um padrão. Diego Aguirre vai para uma decisão no seu segundo jogo à beira do gramado, precisando vencer o São Caetano, para não amargar outra eliminação. O uruguaio não terá Cueva e Rodrigo Caio. Ele deve escalar Sidão; Militão, Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Jucilei, Liziero e Nene; Marcos Guilherme, Trellez e Valdívia. No papel, uma formação ofensiva contra um adversário que virá fechado.

O interessante é que nomes caros como Petros e Diego Souza viraram reservas. E Raí falou na busca por reforços para o restante do ano. Pressão grande dentro e fora de campo. Um tropeço hoje vai determinar a maior seca de títulos estaduais, igualando a série de 1957 a 1970, anos da construção do Estádio Morumbi.

Projeção de jogo complicado. Pintado arrumou o São Caetano e poderia ter vencido por um escore maior, na primeira partida. O blog aposta em 1 a 0 para o São Paulo e a decisão da vaga nos pênaltis.

 


Ídolo da Ponte diz: grande oportunidade de ser campeã foi na “nossa época”
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Alexandre Praetzel

Em 117 anos de história, a Ponte Preta nunca conquistou um título. Tem a oportunidade de buscá-lo, de maneira improvável, domingo, fazendo 4 a 0 no Corinthians ou vencendo por 3 a 0 e depois também superando os rivais nas penalidades. O time eliminou Santos e Palmeiras, mas foi facilmente batido no primeiro jogo da final do Paulista, em Campinas. O blog entrevistou o ex-técnico e ex-jogador da Ponte, Marco Aurélio Moreira a respeito deste jejum histórico e as causas da ausência de conquistas pelo clube. Marco Aurélio era meia do grande time da década de 1970 e início de 80, três vezes vice-campeão paulista. Leiam abaixo.

Por que a Ponte Preta não consegue ser campeã?

“Todos os anos atrás, todas as oportunidades que teve em 1977, 1979, 1981. Em 77, não tinha a menor chance de ser campeão por tudo que se ouvia, por tudo que havia por trás, contra o Corinthians. E caiu tudo na conta do Rui Rei, que não tinha nada a ver com a história. Na verdade, faltou a definição de um jogo em Campinas e outro em São Paulo, fora tudo que aconteceu nos bastidores. Nosso time era melhor e seria campeão se não fossem circunstâncias diferentes. Em 79, também. Em 81, se houvesse dois jogos com o São Paulo, seríamos campeões. Na nossa época, faltou apoio extra-campo, jogos em Campinas e mais força com as arbitragens, que foram terríveis. Agora teve chance de jogar, mas ficou muito difícil com os 3 a 0. A grande oportunidade foi na nossa época”.

Os 117 anos sem títulos atrapalham muito?

“Eu acho que as coisas têm que se encaixar no momento certo. Contra o Palmeiras, fizeram tudo certo, mas contra o Corinthians não. Eu não vi o jogo, mas me falaram que jogou muito mal, na hora errada. Era o momento para equilibrar e ter uma chance. Infelizmente não deu certo. A cobrança da torcida é muito grande e isso influencia nos atletas, mas não podemos pensar só nisso. Faltam algumas coisas para que a Ponte possa chegar com confiança para ganhar. Não sei explicar o que é, mas vem batendo na trave, alguma coisa precisa ser feita”.

O que é preciso fazer?

“A Ponte precisa modificar muita coisa. Treinadores duram três, quatro meses na Ponte. Qualquer resultado ruim, tem pressão. O Felipe (filho de Marco Aurélio) foi um exemplo. Teve bom aproveitamento, mas depois de um mau resultado, tiraram o Felipe, covardemente. Foi a primeira vez que o grupo de jogadores se reuniu e pediu a contratação de um treinador. Nada contra o Gilson Kleina, mas é complicado. Acreditar mais e ter um profissionalismo maior. Investir um pouco mais. Quem está dirigindo, precisa colocar a cabeça no lugar. Qualquer tiro para cima, assusta todo mundo. Qualquer gritinho da torcida, mudam tudo. Se não há motivo para trocar, por que modificar? Numa hora que estava tudo certo, numa final, é difícil falar. Já aconteceu comigo em outras vezes. Falta mais amadurecimento da diretoria. Profissionalizar mais o clube e montar uma equipe melhor, dando suporte e trabalhando bastante”.

A sua geração conseguirá ver a Ponte campeã?

“Eu acredito em tudo. Tudo é difícil, mas não é impossível ganhar de 3 a 0. Se não for desta vez, segue o trabalho e corrige. A direção tem que traçar bem o caminho e insistir para que as coisas dêem certo”.

Marco Aurélio Moreira está com 65 anos. Comandou a Ponte Preta em cinco oportunidades. É pai de Felipe Moreira, treinador da Ponte, no início do ano, dispensado após a eliminação na Copa do Brasil para o Cuiabá-MT.

 

 


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