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Gabigol. Fábula e “humilhação” em 120 dias na Europa
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Alexandre Praetzel

Gabriel Barbosa foi negociado com a Inter de Milão por 18 milhões de euros só para o Santos e chegou à Itália como grande jogador, em agosto. A transação foi considerada excelente para o Santos e o menino de 20 anos, desembarcando como grande nome na Europa.

Bastaram quatro meses e meio para a fábula virar um debate cada vez mais rotineiro no Brasil: jovens estão prontos para o desafio europeu? Gabigol, apelido criado na base do Santos pelo número de gols marcados, desembarcou com status de projeto de craque, medalha de ouro olímpico no peito e convocações para a Seleção principal. Titular na Vila Belmiro e duas vezes campeão paulista. Ainda faturou mais de R$ 30 milhões na negociação. Preço e currículo de gente grande. Sua apresentação foi destacada e a estreia cercada de muitas expectativas pelo clube milanês.

Os dias foram passando e o já ex-técnico da Inter, o holandês Frank de Boer, acalmava a todos, pedindo paciência com Gabriel. Em algumas partidas, nem o relacionou. Veio o italiano Stefano Pioli e a situação piorou. O treinador entregou o assunto para a diretoria.

Aí, veio a pá de cal, no meu entender. O empresário de Gabriel, Wagner Ribeiro, afirmou que seu pupilo estava sendo humilhado no clube, projetando o empréstimo para outras equipes.

Isso só pode ser brincadeira. Gabriel assinou cinco anos de contrato com um dos maiores clubes do mundo. Recebeu seus valores integralmente e só precisa cumprir com suas obrigações. Após 120 dias, Ribeiro fala em humilhação. Como assim? Estava estipulado que Gabriel seria titular absoluto? Que não precisava treinar bem? Ora, esse caso entra para as histórias mal contadas. Ou só tem gente ruim na Inter ou Gabriel e Wagner acharam que o garoto seria o dono do time.

O pior para Gabriel é que o time da Inter é fraco e está no meio da tabela do Italiano e eliminado na primeira fase da Liga Europa. Se com tudo isso, Gabriel não consegue nem ser relacionado, a culpa é só dos italianos?

Na hora de assinar o contrato, estava tudo certo. Agora, virou humilhação? E tem gente que ainda crava: o dinheiro não traz felicidades. Mesmo com mais de R$ 30 milhões na conta.


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