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Carvalho admite conflitos de interesses com trabalho no Inter e futebol
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Alexandre Praetzel

O Inter pode ser rebaixado para Série B do Brasileiro, pela primeira vez na história. O time gaúcho é o 17º colocado com 38 pontos e luta contra Vitória, Coritiba e Sport, faltando 12 pontos a disputar. O blog conversou com o ex-presidente Fernando Carvalho, o maior dirigente de todos os tempos do Inter, segundo vários sócios e torcedores colorados. Carvalho viveu situação parecida e difícil em 2002, quando o Inter escapou na última rodada, após vitória sobre o Paysandu, em Belém, e contando com uma combinação de resultados de outros adversários. Voltou ao Inter, mesmo trabalhando com um Fundo de Investimentos no futebol e admitindo conflitos de interesses. Leia abaixo.

Arrependido por ter retornado ao Inter

“Não, não estou arrependido. Só aceitei porque a dificuldade era muito grande e estamos trabalhando para conseguir manter o Clube na primeira divisão, com essa mesma dificuldade. Eu não costumo me arrepender das coisas que faço. Posso depois lamentar alguma coisa que deveria ter feito diferente, algum caminho mal escolhido, mas agora não é hora de pensar nisso”.

Consequências para o Clube e dirigentes com um possível rebaixamento

“Não quero pensar nessa hipótese. Estamos trabalhando para não sermos rebaixados. Já estivemos, em algumas oportunidades anteriores na nossa história, próximos do rebaixamento e conseguimos sair. Eu prefiro imaginar que o Internacional vai sair dessa situação difícil”.

Como acreditar num time que ganhou apenas dez jogos em 34 disputados

“Eu acredito porque vi as partidas que jogamos contra Atlético-MG, Santos, Flamengo e até mesmo contra o Palmeiras, que nós perdemos. A equipe tem bons jogadores que estamos tentando reagrupar, remobilizar e, com isso, tenho certeza que vamos conseguir ter atuações de nível alto, que nos permitam vencer os adversários”.

Soberba da diretoria atrapalhou o Inter

“Não vejo que tenha havido soberba. As pessoas acreditavam naquilo que estavam fazendo. Muitas coisas acabaram não dando certo, mas o que temos que pensar é para a frente, positivamente, em motivar a torcida e fazer o torcedor colorado acreditar, para que a gente consiga sair dessa situação muito difícil. Qualquer outro inventário que a gente deva fazer, fica para depois que terminarmos todo esse episódio”.

Interfere na escalação do time

“Eu nunca interferi na escalação, em relação a qualquer treinador. Acho que o treinador é quem tem que definir as questões da equipe e ao dirigente cabe dar condições ao elenco e à comissão técnica de desempenhar os seus trabalhos”.

Conflitos de interesses como dirigente e trabalhando para um Fundo de Investimentos no futebol

“É um conflito de interesses e a primeira pessoa a destacar isso, fui eu, no dia em que aceitei o convite do presidente Píffero. Entretanto, estamos vivendo um momento atípico, um estado de emergência, e por isso eu concordei e me afastei momentaneamente dos meus compromissos com o Fundo. Seria incompatível eu trabalhar no que faço e seguir no Clube. Não seguirei, em hipótese alguma, depois que terminar essa empreitada para a qual fui convocado pelo clube como um todo, pelo presidente e pelos órgãos da entidade. Repito, é incompatível e fui o primeiro a declarar isso”.

Modelo de gestão está falido no Brasil com amadores

“Os clubes chegaram até aqui, a maioria com mais de 100 anos de atividade, sendo dirigidos por “amadores”. Acho que a vida nos propõe sempre avanços a uma forma de gestão com profissionais e com os “amadores”, principalmente na gestão das questões políticas do clube. Sempre vai ser a melhor forma de administrar um clube de futebol do tamanho do Inter, dos clubes de massa do país. Acho que um caminho importante que nós deveríamos seguir para esses clubes, seria remunerar os dirigentes, prevendo isso no estatuto. Quem está dizendo isso é alguém que não vai mais voltar a trabalhar executivamente, nem vai mais ser candidato à presidência. Acho que, para o futuro de todos os clubes, a profissionalização com os próprios dirigentes seria o melhor caminho”.

Situação financeira do Inter é dramática

“Não. A situação do Inter é difícil, mas não dramática. O Clube tem todas as condições de levar adiante seus projetos e ser competitivo na sequência da sua história”.

Carvalho presidiu o Inter de 2002 a 2006. Nas suas gestões, o Inter conquistou a Libertadores da América, Mundial de Clubes e quatro títulos estaduais. Para escapar do rebaixamento, o Inter ainda enfrentará Ponte Preta e Cruzeiro em casa e Corinthians e Fluminense, fora.


Carpegiani vê R.Veiga com grande futuro e deixa o Coritiba em dezembro
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Alexandre Praetzel

Paulo César Carpegiani foi um grande jogador e sempre foi bom técnico. Campeão da Libertadores da América e do Mundo, em 1981, comandando o Flamengo, no seu primeiro trabalho. Se destacou também ao levar o Paraguai às oitavas-de-final da Copa do Mundo de 1998, num confronto histórico com a França, sendo derrotado na morte súbita, na prorrogação. Foi dono do RS Futebol e passou por vários clubes. Aos 67 anos, dirige o Coritiba. Pegou o time na zona de rebaixamento do Brasileiro e melhorou o rendimento do grupo. Carpegiani conversou com o blog, com exclusividade, admitindo que deve deixar o Coxa, após a temporada. Leia abaixo.

Coritiba e o risco de rebaixamento

“Isso já vem numa sequência de anos. Todo ano, a grande preocupação de todo grande time é sair o mais rápido possível dessa zona tão infeliz, que os clubes, geralmente, ocorrem. E o Coritiba não é diferente. Eu tive o privilégio de nunca entrar nessa zona, desde quando ingressei na 17ª rodada do campeonato, no primeiro turno. Não tive esse privilégio, mas andamos perto e é muito difícil você sair dessa sequência porque você vai ganhando jogos e quanto mais você ganha, os outros ganham também. Então, é uma dificuldade, um pensamento negativo que todos os clubes têm”.

Mudanças com tua chegada

“Hoje, são os números. Os números comprovam a própria campanha. Nós somos a sétima defesa menos vazada de todo o campeonato. Quando eu cheguei e assumi, era o 19º, se não me engano, e nós na primeira rodada estávamos na zona de rebaixamento. Eu assumi na zona de rebaixamento, ganhamos da Ponte Preta e imediatamente já saímos. Não conhecemos mais uma outra entrada nessa tão infeliz zona. Eu acho que os números e as próprias dificuldades que tivemos também ao longo desse período. Jogadores importantes que acabaram quebrando o pé, fraturando o tornozelo. Então, as dificuldades foram muito grandes e não é um grupo composto por mim, no início da temporada. Já vim, encaixei, não contratamos ninguém e trabalhei com os jogadores disponíveis. Essas foram as grandes dificuldades que nós tivemos”.

Tranquilo trabalhar com Kleber

“Sim. É um grande jogador. Aquele jogador de exceção, ele não te incomoda. Então, nós tivemos ao longo desse período, o Kleber jogou muito pouco comigo, nesse momento que estou falando contigo. Está retornando agora, estava lesionado há um bom tempo, mas é um jogador estritamente profissional, muito responsável e é uma satisfação trabalhar com ele”.

Raphael Veiga dará certo no Palmeiras 

“É um menino que está sendo preparado, tendo oportunidades. Tem muita técnica, muita qualidade, aquela quebra de ritmo, arranque. Se vai dar certo ou não, é o futuro que vai dizer. Talvez, numa grande equipe, deslanche ainda mais. Ele é um ponto alto do Coritiba, hoje, sem sombra de dúvida”.

Modelo de gestão brasileiro

“Olha, são os mais variados. Eu acho que o futebol brasileiro, a maneira como os clubes são dirigidos, a maneira desse comportamento é muito ruim. Os clubes têm interesses em fazer o maior número de torneios. Tivemos essa experiência, esse ano, com os campeonatos apertados. Tivemos o esgotamento físico muito grande e em consequência, caiu o rendimento. Além da gestão que realmente, falta, na minha opinião, aquele homem abaixo da diretoria, o grande centralizador, aquela função de dirigente, aquele cara responsável por todas as contratações. Mostrar a cara na hora da contratação boa ou ruim. E isso os clubes escondem, quase todos, com alguma exceção, quando as contratações não acontecem. Tipo um Leonardo, que faz falta esse tipo. Não temos no futebol, essa pessoa que seria muito importante nos clubes”.

Preconceito com técnicos da tua geração

“Eu não estou tendo. Não saberia dizer. Trabalho onde eu quero. Dou um tempo, dou paradas e não sei responder. Não tenho essa condição de responder porque não tenho nenhum ponto negativo com relação a minha participação”.

Ex-jogador X Catedráticos

“É muito complexo. Você ser treinador tem que dominar todas as mais variadas condições. Você tem que saber dominar um grupo, trabalhar o momento de apertar e afrouxar. Acho que o mais importante é o pulso, é o comando. Isso você não pode abrir mão em qualquer circunstância. Um treinador ou um catedrático, eu não vejo dificuldade. O importante é você ter conhecimento. Para você ter sucesso, o sucesso são os teus títulos. Você não consegue as coisas por acaso. Então, as coisas caminham dessa forma. Pode dar certo um, pode dar certo o outro. Eu não saberia definir a diferença de um para o outro. Eu defino como bom profissional, o responsável que tem todas as condições que o futebol te exige”.

Projeção para 2017

“Vou fazer o Coritiba e vou dar uma paradinha. Essa que é a realidade. Vou aguardar porque eu já estava negociando com o futuro, lá fora. Vou aguardar. Tive para trabalhar nas eliminatórias, nós não definimos no próprio Paraguai. Então, vou esperar um pouquinho, vou dar um tempo, porque os campeonatos estaduais não fazem muito o meu feitio não”.

Carpegiani tem contrato com o Coritiba, até dezembro. O time é o 15º colocado com 42 pontos. Enfrenta o Santa Cruz, nesta quarta-feira, no Couto Pereira.


“Corinthians se tornou fonte de renda ilícita para muitos”, diz Tuma Jr.
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Alexandre Praetzel

A situação financeira do Corinthians e o futuro da Arena preocupam muitos sócios, conselheiros e torcedores. Romeu Tuma Jr. é um deles. Tornou-se conselheiro do Corinthians em 1990 e virou vitalício, em 2003. É um dos principais opositores da atual gestão corintiana. O ex-Secretário Nacional de Justiça do Governo Federal do PT, advogado e delegado de polícia, disparou contra a atual gestão, bateu forte nos próprios conselheiros e acredita que existam focos de corrupção no clube. Tudo isso e mais um pouco em entrevista exclusiva ao blog. Não deixe de ler, abaixo.

Impeachment de Roberto de Andrade

“Precisamos esperar as investigações que já solicitei na Polícia e as informações que ele deve dar à respeito dos fatos. Não creio que tenha agido só nos episódios dos contratos. Portanto, é necessária uma ação no campo político, onde se dá o impeachment, que abranja todos os envolvidos. Neste sentido, creio que precisamos conhecer toda a extensão dos atos, beneficiários e os porquês”.

Atual gestão 

“Uma gestão que tem pago pelas promessas , desmandos e compromissos das anteriores nesse ciclo que se intitulou “Renovação e Transparência”, onde não tem qualquer mudança de métodos abominados no passado, além de muita obscuridade. Fizeram um discurso para se elegerem, o da continuidade, sem se falar em contenções de gastos, até para não expor os problemas que deveriam conhecer. Hoje vivemos essa situação de um clube sem atrativos e um time sem competitividade e sem investimentos, nem reposições. Aliás, têm contas que foram assumidas e estão sendo pagas, quando o atual presidente era o vice de outra administração. Exemplo maior é o caso Pato”.

Situação e gastos do estádio preocupam

“Preocupam e muito. Aliás, lá atrás, eu já advertia que não acreditava num negócio onde uma Empreiteira bancaria uma obra dessa magnitude, sem ter garantias ou alguma vantagem, investindo seu dinheiro na frente. Não existe isso!! Tudo pelos belos olhos de alguém? Alertei que isso um dia iria estourar e que o clube poderia se ver envolvido em mais um escândalo e ficar sem o Estádio ou com uma dívida impagável. Parece que estamos diante disso agora. Aparecem contratos com assinaturas indevidas, fraudadas, outras feitas às vésperas das eleições. Enfim, coisas extremamente nebulosas que devem gerar consequências muito ruins”.

Andrés Sanchez fez bem ou mal ao clube

“Fez um discurso do bem e agiu de forma contrária ao que parece. Ele se aproveitou de uma situação na qual não teve qualquer protagonismo, muito pelo contrário. Quando do impeachment do Dualib, assumiu como se fosse o pai da criança. Soube se utilizar das amizades que tinha no governo e no PT para supostamente beneficiar o clube, sem medir as consequências. O preço disso está aí. Muito do que seu grupo sempre repugnou nos discursos, eles acabaram repetindo na Administração”.

Há corrupção no Corinthians 

“Não tenho dúvida de que o Corinthians se tornou fonte de renda ilícita para muitas pessoas. A própria investigação da Lava-Jato prova isso, além das denúncias de crimes nas categorias de base”.

Futuro difícil pelas dívidas

“Sem dúvida. Há um buraco negro que ninguém consegue mensurar”.

Apoio na próxima eleição em 2018

“Vou avaliar no momento oportuno até porque não se trata só de nomes, mas de modelo de administração e comprometimento com alguns princípios, especialmente a ética e a moralidade”.

Temor da Lava-Jato no clube

“Eu mesmo fiz esse questionamento há muito tempo numa reunião do Conselho, diretamente ao Deputado Andrés e aos demais diretores. Devemos nos preocupar com a Lava-Jato no Corinthians? O Clube será envolvido ainda que moralmente nessa operação? Responderam que não. Eu tinha certeza que sim. Estamos novamente nas páginas policiais. O Corinthians é vítima nessa história. Tem que se livrar dos problemas da Lava-Jato com coragem, especialmente das pessoas e instituições envolvidas, que têm causado danos à imagem do clube e que por ventura romperam cláusulas contratuais. Elas que paguem a conta, não o clube, que é vítima”.

Conselheiros foram omissos na proposta do estádio

“Sempre me posicionei contra essas parcerias nebulosas. Os conselheiros do clube, muitas vezes, agem com paixão e sob influência dos dirigentes que nos acusam de “oposicionistas” para desviar e minimizar as críticas e esconderem a realidade. Além do que, raríssimas vezes o Conselho recebe as devidas informações sobre o que de fato vai decidir. Assim também ocorre com o CORI. Isso influencia e facilita para que a Diretoria faça suas vontades sem qualquer transparência e induza alguns conselheiros de boa-fé ao erro, forçando-os a votar com a emoção. Mas ainda assim, o Conselho é uma instância institucional do clube e tem suas responsabilidades estatutárias. O conselheiro precisa entender isso”.

Idéias para o clube, no geral 

“Uma efetiva renovação nas práticas de administração e nos conceitos do que é oposição e situação. O clube encontra-se numa situação que precisa efetivamente de pessoas com muita competência e disposição para torná-lo grande e viável novamente. É um enorme desafio conseguir administrá-lo sem compadrios e sem barganhas políticas com quadros desqualificados. Estamos falando do Corinthians, não de um clube de bocha do interior. O Corinthians tem sido administrado como uma agremiação político-partidária, para uso de pessoas e de grupos. Isso precisa acabar”.

Corinthians está perdendo espaço para os rivais

“Sem dúvida”.

Naming Rights virou utopia

“Não acho que seja utopia, mas hoje quem vai expor sua marca num estádio caindo aos pedaços ou ao menos que ninguém conheça a situação de fato e de direito? Quem vai expor sua marca num estádio à beira de uma operação Lava-Jato, discutindo sua construção? É preciso limpar a área, reestabelecer a credibilidade, a transparência e aí sim, se buscar atrair interessados em se associar com nossa marca, que é uma das maiores e melhores do Mundo”.

Em 2013, Romeu Tuma Jr. escreveu o livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”, em que denuncia o que ele considera como aparelhamento do governo pelo PT para cometer crimes, em especial pedidos heterodoxos feitos a ele quando Secretário no Ministério da Justiça e que Lula teria sido informante do governo militar, em 1980.


Luiz Cunha nega veto a Cueva e define Leco como mau presidente
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Alexandre Praetzel

Luiz Cunha, ex-diretor de futebol do São Paulo, concedeu entrevista exclusiva ao blog. O ex-dirigente criticou o presidente Leco, negou que tenha vetado a contratação do peruano Cueva e se mostrou esperançoso para uma mudança de rumo nas gestões futuras do tricolor. Acompanhe abaixo.

Ano do São Paulo

“Referindo-me ao time, defino como um ano para se tirar muitas lições, um ano em que por erros internos, deixamos de alcançar coisas boas que em certos momentos pareceu utopia, mas em outros estava ao nosso alcance, bastava-nos fazer o óbvio”.

São Paulo perdeu espaço para os rivais e deixou de ser referência

“Sim, de há muito, desde o golpe do terceiro mandato que nos rebaixou às piores ações eternizados de gestões dos co-irmãos da capital – quando eles chegaram a visitar a segunda divisão nacional – entregando-nos a um mandato espúrio, indevido, manchador das nossas tradições, por rasgar o Estatuto Social que em cláusula pétrea procurava evitar isto. Foi um ato tão ruim que a partir dali, naufragamos, vivendo apenas de pequenos lampejos”.

Veto à contratação de Cueva

“Não, absolutamente. Expliquei isto nas entrevistas das quais participei logo que deixei a diretoria, cheguei a fazer um paralelo que torceria muito para que o Cueva fosse tão importante para nós, quanto foi Romerito, por exemplo, para o Fluminense, em seu tempo. Voltei a explicar em todas as demais entrevistas que me solicitaram e agradeço a você por poder ratificar no seu Blog, o que se passou:

Assumi a direção de futebol quando o time estava apenas três pontos adiante dos que cairiam no campeonato paulista e, faltando o returno da fase de grupos da Copa Libertadores onde estávamos pessimamente colocados, virtualmente desclassificados para as fases de mata-mata. Vinha de uma gestão muito profícua no futebol de base. Tínhamos uma dívida monstruosa e aparentemente impagável, portanto sem recursos para contratações. Nas reuniões de diretoria era colocado que o objetivo institucional número um seria apertar os cintos e baixar o endividamento. Pensei: dentro de tais parâmetros, vou imitar o GRES Acadêmicos do Salgueiro que em tempos de vacas magras, num de seus enredos dizia: “Tira da cabeça o que no bolso não há”.
Tracei estratégias de relacionamento com o grupo de profissionais do futebol e com os funcionários. Gestão de futebol é basicamente lidar com pessoas, atender seus anseios e expectativas sem se afastar dos objetivos maiores da Instituição. Assegurei-me com o diretor financeiro de que colocaríamos em dia os salários e premiações em atraso e não voltaríamos a deixar de pagar a todos, em dia. Se necessário fosse, dentro das minhas disponibilidades, até colocaria recursos próprios para que isto ocorresse. Chamei os lideres dos jogadores para uma conversa e busquei ouvir deles o porque não rendiam tudo o que podiam. Com isto, tive um diagnóstico e agi, obtendo um sucesso tão grande e breve, quanto inesperado.
Considerando este preâmbulo e estando classificados para a semifinal da Copa Libertadores, o que nos trouxe receitas enormes em bilheterias, cotas da Conmebol e até no marketing, vislumbrando os benefícios de estar na final e até o título, voltei nossos recursos para a permanência do Maicon, coisa que era prioritária, além de renovar o contrato do Paulo Henrique Ganso, jogador reconhecido de rara qualidade e em grande fase. Estas eram ações inclusive, motivadoras dos jogadores em questão e de todo o time. Mas, notei alguns movimentos estranhos a estes objetivos e busquei saber do que se tratava. Estava empenhado com 100% do meu tempo a alcançar o titulo da Libertadores enquanto trabalhava no planejamento de médio e longo prazo. Soube que estavam, o presidente e o superintendente de futebol, armando à minha revelia uma contratação onerosa. Ordenei ao meu imediato que paralisasse tal processo, não que anulasse mas que desse um tempo, até que finalizássemos o planificado, após o que voltaríamos a ver com a diretoria financeira a possibilidade de finalizar aquela contratação.
Ora, a um diretor de futebol não comprometido com as finanças e sobrevida do próprio clube, bastava saber quem era o jogador, se era indicação e pedido do treinador e, sabendo que era bom, como de fato comprova o excelente Christian Cueva (se não houvesse oposição do presidente o que seria sua obrigação), contrata e pronto, mesmo estando o jogador em questão impedido de jogar conosco o primeiro objetivo da ocasião, a Copa Libertadores. Houve quebra de hierarquia, traição e quebra de planejamento financeiro. Isto foi a gota d’água para minha saída. Note: Foi a gota d’água e não o motivo principal”.
Michel Bastos foi um problema
“Para mim e no meu tempo, não. Foi, isto sim, solução. De jogador desmotivado e aberto a propostas para sair, transformou-se depois de uma conversa franca que tivemos, e da gestão próxima do elenco que tive, numa das nossas melhores e mais decisivas armas na campanha da Copa Libertadores”.
Jogadores reclamavam do ambiente político chegando ao vestiário
“Não recebi nenhuma queixa direta nesse sentido. Nem precisava pois era evidente que ambiente politico derramava contratempos no desempenho do time. Pior é que havia gente capaz de, sob uma liderança aberta e parceira, resolver os problemas como aliás, foi feito. Temos gente da melhor qualidade no CT”.
Leco é bom presidente
“Não. Leco é muito boa pessoa. Sério, educado, agradável, pai de família exemplar. Pessoa ideal para se relacionar com amizade. Mas o que fez comigo, traindo minha confiança e dedicação, bem como o desempenho totalmente irregular da equipe sob sua gestão, seus métodos antiquados e centralizadores, faz com que não o defina como um bom presidente para o nosso Clube”.
Modelo ideal para o clube e futebol
“A autonomia de cada setor, o social e o futebol. As receitas oriundas de cada um devem ser dirigidas ao próprio setor gerador. Por que o sócio não torcedor deve sustentar o time, se ele paga mensalidade para custear a sede social que frequenta? Por que o sócio torcedor tem que ter seus pagamentos utilizados na manutenção da sede social, se lhe é proibido frequentar?

Desde o início da internet e das redes sociais como os fóruns de discussão, apregoo que para fidelizar o sócio torcedor, deveríamos dar-lhe poder de voto, não para presidente porque aí ele estaria interferindo na parte administrativa e patrimonial. Mas sim, para a vice presidência de futebol, que comandaria a formação de jogadores e o time profissional, utilizando as receitas oriundas do futebol como: arrecadação dos jogos, patrocínios nos uniformes, cotas de TV e, receitas de cessão de jogadores, entre outras. Por seu lado, o associado elegeria o vice presidente social que nomearia o diretor social e os das diversas áreas e setores da sede, sempre em contato com os sócios para ouvir deles suas aspirações, inclusive de custo da mensalidade, oferecendo em troca tudo o que os sócios puderem custear.
O fato de serem cargos eletivos, os tiraria da ação direta do presidente da diretoria. Eles teriam que prestar contas ao grupo gestor e aos seus eleitores. O presidente teria a precípua atribuição de cuidar do patrimônio, dentre dos limites de suas atribuições, participando também do grupo gestor.
Aguardo com muita ansiedade a redação final do novo estatuto a ser submetida à apreciação e aprovação dos conselheiros e depois, finalmente, dos sócios. Ele deveria ser mais avançado do que parece ser e deveria entrar em vigor no primeiro dia útil de ano que vem, estando sob sua égide a próxima eleição para presidente, em abril próximo”.
Quem vai apoiar na próxima eleição
“Como ainda não há um quadro de candidatos, afirmo que apoiarei alguém comprometido com a modernidade administrativa, com a descentralização do poder e, com a responsabilidade para com o planejamento traçado. Alguém com preparo, preferencialmente com prática e conhecimento de gestão e governança corporativa”.
Rogério Ceni como técnico
“Acho que deve ser técnico. Ele tem declarado desejo de ser treinador (segundo leio) e tem muitas qualidades que o classificam como candidato a um dos melhores. Todavia penso que para ser técnico do SPFC deve galgar alguns degraus pós formação, como: dirigir equipes de base e depois, comprovar qualidade em equipes de menor expressão e exigências tão imediatas quanto são as nossas”.
O São Paulo terá eleição à presidência em abril de 2017. Leco será candidato à reeleição. O novo estatuto será votados nos próximos dias. Luiz Cunha ficou no cargo de diretor de futebol de março a junho deste ano.

 


Zé Teodoro critica gestão do SP e não vê Rogério Ceni como técnico do time
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Alexandre Praetzel

Zé Teodoro foi ídolo do São Paulo, na década de 1980 e início de 90. O ex-lateral direito e hoje técnico, conquistou quatro Campeonatos Paulistas em 85, 87, 89 e 91 e dois títulos brasileiros em 86 e 91. Zé Teodoro conversou com o blog com exclusividade e não poupou críticas à atual gestão do São Paulo e ao elenco tricolor. Leia abaixo.

São Paulo hoje

“Muito turbulento, inconstante. Acho que o São Paulo precisa melhorar em todos os setores. Tem errado muito em relação às mudanças, principalmente treinadores e jogadores. Acho que era o momento de poder rever os conceitos, analisar, para ter uma margem de erro menor. É um clube que precisa voltar a botar os pés no chão e resgatar sua condição, não viver do passado, do que já conquistou, ganhou e já fez. Hoje já tem clubes que passaram à frente, que estão sendo bem superiores. As informações e as coisas têm vazado com muita facilidade, pelo o que a gente tem observado. O clube está muito desprotegido. Então, precisa sentar, o presidente Leco rever algumas situações e dar oportunidade ao pessoal que realmente conhece da função, da área indicada que é o futebol. Precisa melhorar o ambiente, o aspecto político, o clube precisa voltar a vender sua imagem de formar jogadores na base. Não ter receio e medo de lançar jogadores. De saber contratar e se informar como da época que me contratou do Goiás. Então precisa ter conceitos e critérios para não errar tanto como errou neste ano e ter tanta dificuldade para conseguir classificação e permanência na primeira divisão”.

Rogério Ceni deve começar como técnico no São Paulo

“Olha, acho que ele deve fazer uma experiência na base. Deve trabalhar com alguns treinadores mais experientes. Ser um auxiliar permanente do clube. Pegar um pouco mais de cancha e de experiência. Ele é um ídolo. Acho que é muito cedo para ele, principalmente, no clube que ele tem uma história muito bonita. Acho que ele poderia realizar um trabalho fora, começar na base, no interior, num clube de outro estado. Evitar essa situação de chegar e já assumir essa responsabilidade, que é muito difícil como ídolo. O torcedor não vai perdoar dois, três, quatro resultados negativos. Vai jogar tudo para baixo o que ele fez na carreira como jogador. Então acho que ele deve ser muito bem aproveitado no clube ou trabalhar em outra situação. Ficar assessorando como auxiliar técnico um Vanderlei Luxemburgo, que é um cara de peso, como qualquer outro de nível. Acho que é fundamental ele começar de baixo, aprender, para depois, realmente pegar uma situação, que é uma situação muito difícil. Eu tenho experiência e posso orientar de uma forma que ele deva pensar, analisar, para não jogar por água abaixo o nome que ele fez dentro do São Paulo”.

Falta de comprometimento da geração atual

“Olha, eu tenho notado, não só no São Paulo. Em geral, o nível do futebol brasileiro teve uma queda muito grande nas Séries A e B. Eu acho que o balcão de negócios, o jogador não tem mais aquele sentimento, não joga mais com o coração, com alma, com aquela vibração e espírito mesmo. Eu acho que o futebol está mudando muito para o outro lado. O jogador não tem mais o comprometimento necessário. Em dois, três meses, ele já sai de um clube. Não cria um vínculo, como nós tínhamos um sentimento mais de gostar do clube. Não jogar só pelo dinheiro, mas sim para dar espetáculo, mostrar que o futebol não vive só da parte financeira. Precisa melhorar em vários aspectos. O jogador tem que fazer uma reflexão e conscientização da produção e rendimento dele. Está aproveitando em outros sentidos, em outras áreas, esquecendo às vezes de dar o que o torcedor quer na parte técnica, física. Há uma oscilação muito grande dos jogadores de hoje. O jogador tem que ter um comprometimento maior, uma responsabilidade maior e principalmente, com o torcedor e com tratamento melhor com a imprensa. Tem faltado muito de humildade ao jogador brasileiro. Todos aqueles estão alcançando uma questão financeira, que dá uma estabilidade ao jogador, eles estão esquecendo das suas raízes, da humildade, de tratar bem as pessoas, imprensa, no bom relacionamento que nós tínhamos na época que jogávamos. O futebol mudou muito. As pessoas, jogadores, dirigentes mudaram. O ambiente do clube não é dos melhores. Então, precisa rever alguns conceitos para voltar a fazer um futebol com mais alegria”.

Zé Teodoro disputou 262 jogos com a camisa do São Paulo, marcando sete gols. Como técnico, vai assumir a Aparecidense-GO, a partir de janeiro de 2016.


Paulo André esclarece fim do Bom Senso e vê modelo brasileiro esgotado
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Alexandre Praetzel

Paulo André foi um dos mentores do Bom Senso, movimento que pretendia mudanças no calendário, gestão e direitos no futebol brasileiro. Foi elogiado por vários profissionais e pela mídia, mas encontrou forte resistência entre os dirigentes. Aos 33 anos, o zagueiro atua no Atlético-PR. Em entrevista exclusiva ao blog, Paulo André apontou o esgotamento do modelo brasileiro e viu dificuldades no posicionamento da categoria no Brasil. Leia abaixo.

Fim do Bom Senso

“Terminou pela falta de engajamento de novos atletas, falta de diálogo com a CBF, falta de verbas para financiar um projeto de advocacy de longo prazo em Brasília”.

Participação no movimento prejudicou a carreira

“Eu não me importo com isso. Tenho orgulho do que fiz e faria tudo novamente. Ganhei mais inimigos do que amigos, é verdade”.

Por que grandes nomes não protestam no futebol brasileiro

“Da mesma forma que a maior parte dos grandes grupos de mídia defendem apenas seus interesses e buscam sua sobrevivência e maior fatia do bolo, a maior parte dos atletas busca garantir seu próximo contrato e as boas relações com os patrocinadores. Se posicionar no país em que vivemos e defender uma ideia é quase um pecado. Falta educação e politização, não só aos atletas, mas à população em geral. Enquanto isso continuar assim, os políticos explorarão e abusarão das nossas riquezas”.

Clubes têm medo de Marco Polo Del Nero

“Cara, os presidentes de clubes têm medo da derrota, da pressão da mídia e da torcida. Eles sabem que esse somatório não lhes permitirá prosseguir no clube nas próximas gestões. Se Marco Polo tem poder de controlar os resultados, não sei. Mas que esse medo de perder o poder os incapacita de enxergar o negócio futebol no longo prazo e acaba por fazer com que eles não se organizem e não lutem por melhores condições para o todo, sem dúvida que sim”.

Modelo de gestão se esgotou no Brasil

“O modelo jurídico dos clubes se esgotou. Não há gestão que vença a ingerência política. Ou lutamos para que os clubes sejam empresas com responsabilidade, ou ficaremos enxugando gelo”.

Ex-presidente Petraglia vê o Atlético-PR campeão do mundo num futuro próximo

“Eu acredito. O Atlético está muito à frente de todos os clubes brasileiros no quesito gestão e inovação. Se a partilha dos direitos de transmissão de TV for mais igualitária e meritocrática, o Atlético conseguirá, sem fazer loucuras financeiras, estar entre os quatro melhores clubes do Brasil, ano após ano”.

Gramado sintético da Arena é uma vantagem do Atlético-PR

“É uma vantagem financeira, sem dúvida. O custo de manutenção é baixo e o estádio pode receber shows à vontade. Esportivamente, não vejo vantagem. É o melhor gramado do país, todos os atletas que vieram jogar aqui, elogiaram. O Palmeiras deve seguir esse exemplo para otimizar sua arena e não prejudicar a qualidade dos seus jogos”.

2017 e aposentadoria

“Estamos conversando sobre a renovação. Me sinto em casa aqui e acredito no trabalho que está sendo feito. O ano que vem tende a ser o último dentro de campo”.

Serás executivo ou treinador

“Essa é a pergunta que me faço diariamente. No momento, estou concluindo a faculdade de administração e finalizando uma pós-graduação em gestão do esporte. Não tenho pressa”.

Saída do Corinthians

“Saí porque não era bem quisto por uma parte da diretoria. Meus planos eram de encerrar a carreira por lá e continuar no clube, mas incomodei muita gente com as questões do Bom Senso. O meu contrato não seria renovado e, por isso, precisei seguir a vida”.

Paulo André ganhou todos os títulos possíveis com o Corinthians de 2009 a 2014. No Atlético-PR, atua pela segunda vez. Começou no Guarani e ainda passou por Le Mans da França, Shangai da China e Cruzeiro.


Citadini vê dificuldades no Corinthians e não descarta candidatura em 2018
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Alexandre Praetzel

O Corinthians vive uma turbulência política, com vários movimentos lutando pelo poder do clube. Alguns conselheiros entendem que 2017 será um ano muito difícil, fora de campo, projetando a eleição de 2018. O blog entrevistou Antonio Roque Citadini, candidato derrotado à presidência por Roberto de Andrade, em 2015. Acompanhem.

Gestão de Roberto de Andrade

“Eu creio que o clube vive um momento de grande dificuldade. Acho que as dificuldades estão no futebol por causa das mudanças no time, a queda de receitas, no estádio. Então, a administração vive um momento muito ruim. É preciso que a gestão mostre sua importância nesses momentos”.

Pagamento do estádio preocupa

“Olha, preocupa. A questão do estádio é muito simples. O Corinthians tem um contrato com a Odebrecht. Esse contrato está sendo auditado junto com a obra porque o Corinthians precisa verificar se tudo que consta no contrato foi construído. Não foi. O que não foi construído, o que foi mal construído, o que foi construído com preços muito altos, tudo isso será descontado para efeitos de pagamento”.

Naming Rights virou utopia

“O problema dos Naming Rights é um problema só. O Brasil vive uma brutal crise econômica e não tem empresa para botar dinheiro no futebol ou em outras coisas qualquer. Então, nós estamos pagando esse preço. O Corinthians construiu um estádio quando o país estava crescendo, todo mundo investindo. Agora, o Brasil está num outro momento com a economia afundando. É claro que isso prejudica a questão dos Naming Rights do estádio”.

Futuro do Corinthians será sofrido pelas dívidas

“Nós temos que ver dois aspectos. Evidente que a dívida nós vamos pagar. Vamos pagar o estádio, calcular o valor correto e pagar. Especialmente, pagar o BNDES. Agora, temos que ver o lado positivo. O estádio deu um grande diferencial para o Corinthians. O Corinthians ganhou partidas como mandante como nunca ganhou, por causa do estádio. É dificil ganhar do Corinthians no nosso estádio”.

Oswaldo de Oliveira é um bom nome

“É um profissional de qualidade. Já foi técnico do Corinthians, campeão. Torcemos para que vá tudo bem”.

Candidatura à presidência em 2018

“Candidatura quem define é o eleitor. Muitos querem que eu seja candidato, mas é um negócio que deve ser decidido para frente, na hora de sair candidato”.

Citadini tem 66 anos e foi vice-presidente de futebol de 2001 a 2004, na gestão de Alberto Dualib. É conselheiro vitalício do clube. A dívida do estádio chega a R$ 1,6 bilhão, segundo muitos conselheiros do clube. O presidente do Conselho Deliberativo, Guilherme Strenger, disse que o valor é impagável, em entrevista exclusiva ao blog, recentemente.


Falcão vê Inter complicado no Brasileiro e ainda lamenta saída do clube
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Alexandre Praetzel

Paulo Roberto Falcão foi o maior jogador da história do Internacional. Como técnico, comandou o time gaúcho em três oportunidades. A última foi neste ano de 2016, onde foi dispensado depois de cinco partidas. Em entrevista exclusiva ao blog, Falcão falou sobre isso, a situação díficil do Inter na Série A e o momento dos técnicos brasileiros. Acompanhem abaixo.

Postura da diretoria do Inter

“Não sei se foi uma questão de me tratar mal. Não consegui ainda imaginar, mas, enfim, não esperava ter saído naquela situação depois de cinco jogos. É muito pouco. Cinco jogos são 26 dias e não tem como a gente fazer alguma coisa. Mas, as coisas caminham aí e a gente tem que estar preparado. A vida é essa. A gente tem que ter uma couraça, às vezes, para suportar algumas coisas. Vida que segue”.

Inter será rebaixado 

“Difícil. O Inter terá que fazer uma poupança no Grenal e no jogo com o Santa Cruz. São dois jogos que não serão fáceis pela história do Grenal e o Santa Cruz é muito bom time, embora não esteja numa situação confortável, mas é um time que tem ótimos jogadores. Enfrentei lá com o Sport. Depois, o Inter tem jogos complicadíssimos contra Palmeiras, Corinthians e Fluminense fora e dois jogos difíceis em casa contra Ponte Preta e Cruzeiro. Enfim, os adversários que estão brigando para não cair também têm jogos complicados. Então, o Inter e todo o time que está nesta situação precisa fazer os pontos, principalmente, em casa, para garantir. Todo o time que vive uma situação como essa, tem que se preocupar”.

Grenal

“Grenal é sempre um jogo muito complicado, muito difícil. Os dois times chegam em situações diferentes. O Grêmio beirando a condição de classificação de Libertadores no G6 e o Internacional fugindo da zona de baixo, no Z4. Dentro desse quadro, embora seja sempre importante ganhar Grenal, independentemente de qualquer coisa, parece que o resultado é muito mais importante para o Internacional pela situação na tabela”.

Grandes craques como técnicos têm dificuldades em lidar com jogadores atuais

“Não tem tantas dificuldades. Pelo contrário, até acho que facilita. Depende muito mais de cada um, do que possa passar com sua experiência profissional. Eu evito falar da minha vida passada como atleta. Não faço comparações. Evito comparações. Uso apenas meu passado como atleta, se isso for facilitar a vida ou ajudar meu jogador, o jogador que eu esteja treinando na oportunidade. Então, não vejo assim grandes dificuldades”.

Decepcionado com sistema

“Tem que mudar um pouquinho nossa gestão porque tem algumas situações que são amadoras. Aí depende de profissionais da área, da própria imprensa esportiva em dar uma mão nisso. A gente tem que ter um crescimento geral neste aspecto”.

Treinadores brasileiros desatualizados em relação aos estrangeiros

“Na realidade, o que acontece, o futebol europeu sempre teve uma preocupação tática, desde que o mundo do futebol começou. Sempre tiveram esse cuidado de valorizar o aspecto tático e no Brasil, procurava-se muito a qualidade técnica, até porquê não se tinha uma cultura tática. Ainda estamos bem inferiores à cultura tática do europeu, por razões óbvias. A gente sempre teve a qualidade técnica e nunca se preocupou muito em entrar em detalhes com o aspecto tático, coisa que o europeu faz, desde as categorias de base. Isso faz uma diferença. Claro que hoje as coisas se aproximaram um pouco mais. Os treinadores brasileiros estão com uma preocupação tática maior e o futebol europeu com a técnica, tendo um crescimento dos times do continente”.

Tite na Seleção Brasileira

“É o momento dele. Fez um bom trabalho no Corinthians e a escolha foi dentro daquilo que se esperava. Todos esperamos que ele possa fazer um bom trabalho na Seleção, também”.

Falcão treinou a Seleção em 1990 e 1991. Trabalhou como comentarista, antes de retornar à função de técnico. Foi campeão estadual pelo Inter, em 2011, e pelo Bahia, em 2012, acabando com um jejum de dez anos sem título estadual. Trabalhou no Sport, em 2015 e início de 2016, antes de voltar ao Inter.

 


Casares quer gestão radical e profissional no SP após mau desempenho
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Alexandre Praetzel

A derrota do São Paulo para o Santos deixou os tricolores mais preocupados ainda com o futuro imediato do time. Críticas e reclamações contra atuações de jogadores e trabalho de Ricardo Gomes aumentaram bastante. A equipe só não entrou na zona de rebaixamento pelos resultados negativos dos concorrentes diretos. Após a partida, o blog entrevistou Júlio Casares, ex-vice-presidente de Marketing e Comunicação, nas gestões de Juvenal Juvêncio e Carlos Miguel Aidar. Leiam abaixo.

Causas da situação difícil do São Paulo

“Eu entendo que é um conjunto de fatores. Não há nada isolado, mas o fundamental foi o mau planejamento do futebol. Você não adequou o bom investimento com jogadores que correspondessem às expectativas, que suprissem posições, que estivessem adequados à necessidade de calendário e o que ficou claro é que o orçamento robusto que o São Paulo tem para a área de futebol está aquém da necessidade. É só analisar o orçamento modesto, mais humilde, mais equilibrado de vários clubes que estão na frente do São Paulo na tabela. Então acho que são fatores que pesam bastante, principalmente na questão do planejamento, na contratação de jogadores, de alguns que vieram com lesão, outros que não tinham a condição de defender a camisa do São Paulo. Mas isso é uma questão do passado. Nós temos que olhar para o futuro e lutar nessas oito partidas que ainda restam”.

Ricardo Gomes deve permanecer

“A questão do Ricardo Gomes é algo que a diretoria de futebol, com exclusividade,  que deve avaliar. O Marco Aurélio Cunha é um cara bastante experiente. Não tenho dúvida que ele tem que analisar isso, até juntamente com o técnico. Eu entendo que nós temos oito jogos, são oito decisões e o perfil do Ricardo não é o perfil de você causar um impacto e reverter o processo, criando situações com energia para que o São Paulo pudesse sair de oito partidas para uma reversão de quadro. Enfim, essa é uma decisão exclusiva do Marco Aurélio Cunha, mas acho realmente que hoje o Ricardo não o perfil de corresponder nessa energia de mudança de quadro. Mas se a decisão do futebol optar pela continuidade do trabalho dele, algo natural, cabe ao elenco, direção, comissão técnica, torcedores, abraçarem o time e tentar fazer com que cada jogo desses oito restantes seja uma verdadeira decisão. Mas nós precisaríamos ter um espírito de uma reversão de quadro e hoje eu não sei se o Ricardo Gomes reúne essas condições. Tenho grandes dúvidas dessa capacidade hoje, que é mais psicológica do que qualquer outra coisa”.

São Paulo se perdeu como clube na gestão

“Eu acho que o modelo de gestão, não só do São Paulo, mas de outros clubes, que ainda fica voltado para determinadas teorias do futebol antigo, eles sucumbiram, exauriram. Eu acho que hoje a gestão deve ser profissional ela voltada sempre para a produtividade, para o custo-benefício, para o orçamento equilibrado, dentro das linhas que a receita oferece. Eu acho que hoje não é só o São Paulo. Esse quadro de gestão mais ligado unicamente ao presidente, ele fica cada vez mais enfraquecido. O São Paulo precisa compartilhar mais as decisões e caminhar para um modelo empresarial. Não tem outra saída”.

Ameaça de rebaixamento

“Claro que todos nós ficamos preocupados, até porque o São Paulo não é um clube que tem o hábito de frequentar essa incômoda posição na tabela. Então para nós é uma coisa diferente, difícil de confrontar, com o todo o respeito com aquelas equipes que circundam, o São Paulo ficar se comparando, fazendo contas com aquelas equipes. Então realmente é um momento muito delicado. É uma preocupação, mas mesmo assim eu acredito que o São Paulo tem grandes chances de escapar, mas não tira o resultado trágico, mesmo que o São Paulo se recupere. Quando você faz uma análise de custo-benefício, do investimento, foi realmente pífia essa participação do São Paulo no Campeonato Brasileiro. Mas eu tenho esperança de que o clube vá se afastando de cada rodada. Temos jogos aqui no Morumbi importantes para fazermos pontos e esse momento agora não adianta nós protestarmos, discutirmos, claro, temos que ser críticos, mas temos que apoiar o time de futebol, abraçar a camisa do São Paulo, a tradição, a história desse clube vencedor e fazer de cada jogo desses oito restantes, uma decisão. O time teria que entrar, na minha visão, com a performance um pouco mais equilibrada para que a gente consiga três pontos na maioria dos jogos, porque senão realmente, nós vamos ter aí uma situação difícil. Mas eu não acredito que caia, eu acredito que o São Paulo escape. Infelizmente, numa outra análise, têm clubes piores que o São Paulo. O São Paulo não vem jogando bem, mas tem clubes abaixo que também não vem jogando bem. Eu assisti alguns jogos e acho que por essa combinação de situações, ele tem condições de escapar. Mas que fique um sinal vermelho, fortemente vermelho, para que o São Paulo planeje melhor, pense melhor e compartilhe melhor as suas decisões. No futebol ficou provado que a vontade pessoal, a vontade de uma pessoa não pode suplantar a vontade da coletividade, mais do que isso, o estudo técnico, planejado, de você enxergar o futebol. Mas vamos agora apoiar a equipe e com certeza o São Paulo sai dessa decisão. Saindo dessa decisão é um alívio, nunca comemoração. Não há o que comemorar esse ano com essa performance tão ruim do time de futebol”.

Modelo de gestão ideal

“Eu não tenho dúvida que o São Paulo precisa ter uma gestão profissional, radical. Radical que eu digo é com diretores, presidente, com algumas diretorias remuneradas, com conselho de Administração ou comitê executivo, como queiram chamar. Que cumpram o exame e a apuração de metas delineadas para o plano, de forma que a cada bimestre esses números sejam discutidos como qualquer empresa cobra resultados dos seus funcionários. Acho que o jogador tem que ter um salário fixo, não muito alto e um percentual por resultado, classificação, performance, variáveis importantes que compostas possam contribuir para ele um salário médio importante. Se o clube avançou na tabela, está no G4, se teve uma classificação xy no Paulista, se ele se classificou  para a Libertadores, nós temos que criar itens por bônus de resultados. Quantos jogos o atleta consegue atuar pelo São paulo porque você não pode assumir um salário altíssimo e o jogador viver no Refis. Faz dois, três jogos e volta para o Refis. Então, isso tudo tem que estar previsto no contrato. Claro que isso não é tão fácil, porque uma contusão é uma contusão, ninguém se machuca porque quer, mas acho que a performance de um atleta deve ser entendida durante a competição e nós temos que criar um salário fixo de mercado e variáveis que contemplem outros objetivos. De forma clara, temos que ter governança corporativa, temos que ter uma decisão compartilhada com o conselho deliberativo e com esse conselho de administração e o São Paulo agora passa por uma reformulação do Estatuto. É prioritário discutir esses assuntos. O São Paulo precisa realmente dar uma guinada e o São Paulo sempre foi na sua história um clube de vanguarda, que trouxe novidades. Não tenho dúvidas que todos os líderes, conselheiros, sócios, dirigentes devem olhar de perto essas questões. Nós precisamos ter funcionários ou diretores remunerados em áreas estratégicas, temos que ter o presidente remunerado, tudo de acordo com o Profut, com a legislação, mas como qualquer empresa de mercado, cobrar por metas bimestrais ou trimestrais ou avaliações que esse conselho vai fazer. Isento, que pode ser formado por pessoas de dentro ou fora do São Paulo, mas que exerçam não só a fiscalização, o acompanhamento, avaliação e a cobrança de resultados, compartilhando com o conselho deliberativo. Nós não podemos mais ter jogadores com salários altos e produzindo pouco, sem comprometimento. Nós precisamos de contra-partidas. Isso tudo precisa de uma política, filosofia. Ter uma integração maior com a base, um exemplo do São Paulo hoje. Nós conhecemos aí os resultados que o São Paulo tem, revelando atletas. Mas eles precisam jogar também, no momento certo e oportuno de lançar jogadores. Por que não ter uma meta de jogar o Paulista com quatro, cinco garotos no time principal? Será que eles não corresponderiam mais do que alguns nomes hoje do time principal? Então temos que ter uma política do diretor e comissão técnica da base sendo integrados realmente na direção de futebol profissional. Eles têm que fazer parte da equipe. O que se produz em Cotia tem que garantir a revelação de atletas para o São Paulo ter conquistas dentro de campo e rentabilidade com seu patrimônio. Portando, é a profissionalização que vai tirar o São Paulo de interesses políticos, individuais, de grupos, porque o São Paulo é maior do que qualquer pessoa, grupo e interesse pontual. Urge uma profissionalização. Salve o tricolor paulista.

O São Paulo está com 36 pontos, na 14ª posição do Brasileiro. Três pontos apenas do Inter, 17º colocado. Segunda-feira, enfrenta o Fluminense, no Rio de Janeiro.


Galiotte promete estrutura forte no futebol e Palmeiras saudável em 2017
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Alexandre Praetzel

O futuro presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, apresentou seu projeto de gestão para o biênio 2017/2018. Entre as principais, o fortalecimento do clube financeiramente com a profissionalização da instituição e a manutenção de uma estrutura forte no departamento de futebol.

Galiotte quer as permanências de Cuca e Alexandre Mattos e pretende definir estas questões, após o Brasileiro e Copa do Brasil, independentemente das conquistas de títulos ou não.

O dirigente será candidato único na eleição de novembro para o biênio 2017/18. Ele já teve sua candidatura aprovada pelo Conselho Deliberativo do Palmeiras, com 165 votos dos 203 conselheiros presentes em reunião na última segunda-feira (10).

Leiam abaixo o documento divulgado por Galiotte aos conselheiros e sócios.