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Arquivo : Dorival Jr.

Dorival rebate críticas e nega que religião tem afetado elenco do Santos
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Alexandre Praetzel

Dorival Jr. é só elogios ao ambiente de trabalho do Santos. Próximo de completar dois anos à frente do time, o treinador garante que o clube é um dos melhores para se trabalhar, com o respaldo do presidente Modesto Roma Jr. Em entrevista exclusiva ao blog, Dorival nega interferência de grupos religiosos no dia-a-dia e prevê o Santos conquistando títulos importantes em 2017. Leia abaixo.

Apoio do filho na comissão técnica é fundamental no trabalho?

“É, eu acho que ele acrescentou muito em termos de desenvolvimento de trabalho, não só ele, Leonardo Porto também que está conosco. Eles acrescentaram muito nesta mudança conceitual do desenvolvimento de um trabalho. Foi fundamental sim. Eu espero que continuemos assim, interessados, buscando novidades, sempre apresentando aos atletas um novo desafio, uma nova lição, situação e que facilite ao atleta um entendimento de tudo isso. Eu acho que é um processo, que não faz apenas você mudar uma concepção, mas acima de tudo, fazer entender com simplicidade. Isso é o grande mistério e nesse sentido, eles têm feito um trabalho muito bom porque o desenvolvimento de tudo aquilo que nós queremos tem acontecido de uma maneira muito tranquila, natural, com uma aceitação muito grande por parte do grupo de jogadores”.

Santos se classificando, é favorito para levar o tri paulista?

“Eu acho que o Santos tem capacidade e qualidade para brigar novamente por uma vaga na decisão. Eu não descarto essa condição. Não sei porque, mas algumas coisas este ano não acontecem de uma maneira natural. Nós estamos sentindo algumas dificuldades. É interessante isso. A equipe continua criando, jogando bom futebol, mas você sempre encontra um probleminha aqui, outro ali, isso tem dificultado um pouco. Acho que a partir do instante que tudo esteja sanado, encontramos um caminho facilitado e de repente, com crescimento mais importante do campeonato”.

Cumprir um contrato mais longo no Brasil, é uma exceção?

“Eu espero que isso aconteça. Em todos os momentos, eu também fui muito correto com o Santos, inclusive com outras situações para fora do país, eu nem cheguei a discutir porque, a partir do momento que eu tenho um contrato assinado com um clube, eu vou cumprí-lo até o final, até o último momento. Eu acho que em instante nenhum, nós tivemos derrotas onde os adversários superaram o Santos, foram superiores, tenham merecido muito mais o resultado. Nós tivemos derrotas onde o Santos se fez prevalecer ao longo da partida. Então, os motivos talvez neste momento, fossem muito mais em relação a um resultado ou outro que não tenha acontecido do que propriamente aquilo que tenha sido produzido pelo grupo. Por isso, acho que as coisas ainda estão acontecendo dentro de uma normalidade e o presidente sempre foi muito tranquilo nas posições que teve, assim como eu sempre passei a ele, toda confiança possível na sequência de um trabalho, quando foi iniciado lá atrás, foi apalavrado entre eu e ele e são duas pessoas que mantém aquilo que foi formalizado, que os trabalhos seriam iniciados e mantidos até o último dia de contrato. Eu vou tentar fazer o meu melhor, como tenho feito pelo Santos e é natural que passemos por uma ou outra situação. Não tenho dúvidas e convicção plena de que nós estamos muito preparados para que alcancemos bons resultados ao longo deste ano e o torcedor santista não vai se arrepender porque poderá cobrar aquilo que eu estou colocando neste momento”.

É verdade que cultos religiosos invadiram o vestiário santista e isso te incomoda ou atrapalha no trabalho?

“Primeiro, que o ambiente no Santos é o melhor que eu já vi e trabalhei. Encontrei apenas um ambiente igual na Ferroviária, primeiro clube que eu trabalhei. Amigo, só companheiros, pessoas do bem, que querem o crescimento do clube e que têm um objetivo único. É interessante isso. Por isso, que essas colocações me surpreendem, às vezes. Se nós temos uma coisa boa no Santos, é o ambiente de trabalho. São pessoas que se respeitam e muito. Em todo o clube, tem um grupo que é voltado para a oração, mas ali ninguém é obrigado a nada, ninguém é forçado a fazer nada. Ao contrário, quem quer vai, assiste, faz ali suas orações. Nós temos espíritas, católicos, protestantes, batistas, dentro de um grupo, e cada um faz ali seu culto, desenvolve aquilo que acredite, sem que isso interfira diretamente no desenvolvimento de um trabalho. Eu vejo tudo acontecendo com muito respeito no Santos e muito surpreendido. Lamento de, às vezes, colocarem, de tentarem explorar uma situação como essa. Se tem um ambiente, onde um clube tenha equilíbrio e tranquilidade para que se trabalhe futebol, esse clube é o Santos. As pessoas se respeitam muito e acima de tudo, se gostam. É difícil um atleta, como eu já ouvi de muitos ali dentro, chegarem com dois, três dias de clube e já dizerem que se sentem totalmente ambientados. Isso aí não acontece por acaso, acontece porque você tem um ambiente muito favorável. Isso eu vejo no Santos e mais prezo e valorizo. Em todos os momentos, dentro da minha carreira, sempre procurei valorizar muito e manter um bom ambiente de trabalho. Do contrário, pode ter certeza, é o primeiro sinal de que você esteja perdendo a tua equipe e nesse quesito, dou muita atenção. Afirmo aqui, com toda a certeza. O Santos, se não é o melhor, é um dos melhores clubes para se trabalhar com comando, porque é um grupo muito compenetrado, concentrado e preparado para ganhar. O Santos vai conseguir seus objetivos esse ano, não tenho dúvida disso”.

O Santos lidera o grupo D do Paulista com 16 pontos e só depende de si para se classificar às quartas-de-final. Enfrenta Santo André e Novorizontino, nas duas últimas rodadas. Na Copa Libertadores da América, o Santos tem quatro pontos e é o primeiro colocado da sua chave.


Santos é a surpresa negativa do momento. Diretoria parece perdida
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Alexandre Praetzel

Sempre gostei de ver o Santos, nos últimos dois anos. Time ofensivo e com uma formação definida. Vanderlei; Victor Ferraz, Gustavo Henrique, Luiz Felipe(David Braz) e Zeca; Thiago Maia, Renato, Lucas Lima e Vítor Bueno; Copete(Gabriel) e Ricardo Oliveira. Para mim, tecnicamente, a melhor equipe do Brasil.

Chegamos em 2017. O Santos é o atual vice-campeão brasileiro e favorito ao tricampeonato paulista. Começou goleando o Linense e batendo o Red Bull. Depois da demissão do gerente de futebol, Sérgio Dimas, o Santos desabou. Perdeu para São Paulo e Ferroviária, com atuações regulares e ruins. Venceu o Botafogo, mas foi amplamente batido pelo Corinthians, no clássico seguinte. Passadas sete rodadas, o Santos pode ser eliminado na primeira fase do Estadual. Seria um gigantesco vexame. Afinal, o que aconteceu?

Acho que não dá para ficar apenas nas ausências de três titulares importantes. O Santos se reforçou e melhorou a qualidade do elenco e reposições. Há algo estranho no ar. Dorival Jr. sempre teve o grupo na mão e qualquer atleta nega problemas no ambiente, publicamente. Mas parece que o Santos perdeu o encanto e a alegria.

Justificar tudo isso pela saída de um amigo dos jogadores, soa exagerado. Mas o presidente Modesto Roma Jr. e os dirigentes parecem perdidos e sem explicações. Abriram o CT para uniformizados e se esconderam. Só espero que a bomba não estoure em Dorival Jr. Seria um ato simplista demais contra quem recuperou o Santos, a curto prazo. Vamos ver como será a estréia na Libertadores da América.

O blog procurou Sérgio Dimas, que preferiu não se manifestar, neste momento.


Corinthians competitivo merece registro. Santos foi mal e decepciona
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Alexandre Praetzel

O Corinthians ganhou o segundo clássico no ano, novamente por 1 a 0. É justo destacar que o time de Fábio Carille foi superior ao Santos, na maior parte do jogo. Pressionou desde o início e obrigou o goleiro santista Vladimir a ser o melhor nome do primeiro tempo, com três defesas importantes.

Jadson começou como titular e mostrou que ainda precisa da forma física ideal. Maycon vai se firmando como uma realidade entre os titulares, jogando e marcando com qualidade. Na técnica, o Corinthians não arranca suspiros, nem entusiasma, mas a entrega e o comprometimento dos atletas, merecem registro. O Corinthians luta em todos os lances e corre mais de 90 minutos.

Ninguém imaginava que o Corinthians tivesse a melhor campanha do Paulista, após sete rodadas. Talvez, este nível sirva para brigar pelo título estadual, mas só esforço e raça não bastam para grandes conquistas, imagino. Destaco que o Corinthians foi inferior ao Palmeiras e venceu, mesmo com um homem a menos. Foi bem melhor do que o Santos e ganhou novamente. No resumo contra dois rivais, duas vitórias. Isso pode servir para Carille se firmar, num trabalho simples e dedicado.

No lado do Santos, pura decepção. Sempre gostei de ver o Santos jogar. Só que não dá para depender apenas de Renato, Lucas Lima e Ricardo Oliveira. É preciso saber competir sem os três. Com essas ausências, o Santos vira um time comum e foi muito mal contra o Corinthians. Não adianta encher o campo de atacantes e ficar sem criação. O Santos recheou o elenco, mas sofre sem jogo coletivo. Hoje estaria fora das quartas-de-final do Paulista. Sem dúvida, a grande decepção do futebol brasileiro, até o momento.

Agora, Dorival Jr. merece crédito. Precisa achar formações mais equilibradas, quando não tiver seus principais protagonistas. A semana será fundamental.


Dorival admite oscilada com saída de diretor e aposta em “fico” de L. Lima
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Alexandre Praetzel

O Santos é considerado um dos bons times do futebol brasileiro e favorito a vencer um título de expressão em 2017. No entanto, o início irregular no Campeonato Paulista abriu um debate se a equipe pode manter esta imagem consolidada, após um bom ano, em 2016.

Depois de cinco rodadas, o Santos é o terceiro colocado do Grupo D, com sete pontos. Está a seis de Mirassol e a um da Ponte Preta, sendo que apenas os dois primeiros se classificam para as quartas de final. O blog entrevistou o técnico Dorival Jr., confiante numa recuperação rápida, apostando na força do elenco com todos os nomes à disposição e garantindo a presença de Lucas Lima, até o final do ano. Leia abaixo.

Início difícil do Santos te surpreendeu?

“De um modo geral, não surpreendeu. Porém, eu não vejo assim que foram resultados tão negativos quanto todo mundo vêm falando. Eu acho que o Santos está tentando jogar. Em 20 dias, nós tivemos praticamente muitos jogadores que ficaram afastados e isso já aconteceu após a primeira partida, sendo que na primeira partida, nós tivemos dez jogadores do ano anterior e apenas o Lucas Veríssimo não vinha sendo titular. O rendimento da equipe foi muito bom. A partir da segunda partida, nós já começamos a perder vários jogadores. Por incrível que pareça, nós continuamos perdendo. Hoje, nós estamos com dez jogadores fora de condições, no departamento médico. Isso tudo tem um peso muito grande. Acho que o jogo com o São Paulo foi disputado, bonito de se ver, decidido numa saída de bola nossa, errada, fato esse que pode acontecer a favor ou contra. Não vejo esse problema todo. Acho que a equipe vai continuar equilibrada, vai buscar uma recuperação e eu não tenho dúvidas que ainda faremos um grande campeonato”.

As três últimas atuações do time têm relação com a demissão do ex-gerente Sérgio Dimas?

“O Dimas foi um dos grandes profissionais com quem eu trabalhei. Realmente, é um excelente profissional, um excelente ser humano. Jogadores sentiram bastante a saída dele. É um fato normal, você perde um companheiro de trabalho num momento que ninguém espera. Houve sim, deu uma oscilada em razão dessa condição. Porém, eu acho que nós temos que olhar para a frente, mesmo respeitando a história e o passado do Dimas como profissional. Na torcida para que ele encontre um novo caminho. Não tenho dúvidas que acontecerá. O Santos trabalhando seriamente e muito mais focado para que as coisas voltem a acontecer de uma maneira mais natural. De um modo geral, a equipe voltará a produzir. Estamos recebendo novamente alguns jogadores de volta, talvez não para esta partida contra o Botafogo, mas na partida seguinte, teremos a equipe um pouco mais composta e não tenho dúvidas que encontraremos nosso caminho”.

Como recuperar o futebol vistoso e alegre de 2016?

“Tudo é uma questão de tempo. Eu acho que a equipe vai encontrar este novo momento, repetindo aquilo que já produziu em 2016 e sendo ainda melhor. Assim que as coisas estiverem normalizadas, todos os jogadores em condições trabalhando, o Santos se tornará muito forte. Não tenho dúvidas que teremos uma condição ampliada e podemos recuperar e ainda ficando melhores até do que no ano anterior”.

Existem alguém de fora criando situações para tumultuar o ambiente?

“Olha, nós deixamos que nada de fora entre no CT. É um ano político, eu entendo isso. Não participamos de tudo isso. Nós ficamos à parte. Nossa preocupação é com o trabalho do dia a dia, recuperação dos jogadores, da equipe. Interferência ela tem, todo ano político interfere diretamente na vida de um clube, mas aqui dentro, as coisas não entram, graças a Deus. Nós procuramos uma concentração total em cima do nosso trabalho”.

Time está pronto para estrear na Libertadores da América?

“Eu acredito muito nesta equipe. Eu acho que nós temos grandes jogadores aqui dentro, Uma equipe, eu vejo, preparada. Volto a dizer. Quando todos os jogadores estiverem em condições, recuperados e fisicamente bem, a equipe do Santos voltará a ser uma grande equipe. Alguns jogadores, estamos tendo que antecipar, inclusive as estréias, em razão de tudo o que aconteceu nestes 20 dias. E essa precipitação é natural. De repente, até comprometa um atleta ou outro, mas pela necessidade nós tivemos que fazê-lo. Mesmo assim, existe uma confiança muito grande pela qualificação desse grupo e agora fortalecido com alguns jogadores que chegaram, porém, sem aquele tempo de adaptação necessária, para que estejam nas suas melhores condições”.

Lucas Lima pode deixar o Santos?

“Eu não vejo possibilidade nenhuma. Lucas nunca se posicionou diferente dessa colocação que eu fiz. Ele disse que finalizaria o ano aqui com o Santos e eu confio muito no jogador e eu tenho certeza que ele fará a diferença em 2017”.

O Santos enfrenta o Botafogo, neste sábado, na Vila Belmiro. Uma semana depois, encara o Corinthians, em Itaquera, antes da estreia na Libertadores da América, dia 9 de março, contra o Sporting Cristal do Peru.


Dorival elogia Donizete e veta saída de Rodrigão, sem reforço para o ataque
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Alexandre Praetzel

O volante Leandro Donizete é o novo reforço do Santos. O jogador chega do Atlético-MG para um contrato de três anos. A indicação foi do técnico Dorival Jr.

O blog entrou em contato com o treinador a respeito da nova contratação santista.

“Foi um jogador que eu trouxe da Ferroviária para o Coritiba, em 2008. Eu o conheço bem e já tinha tentado levá-lo para outras equipes. Leandro é mais segundo volante, mas também pode atuar como primeiro. Gosto pela combatividade”, afirmou Dorival Jr.

Além de Leandro Donizete, o Santos já tinha fechado com o lateral Mateus Ribeiro, o zagueiro Cléber e o meia colombiano Vladimir Hernandez. Dorival quer mais dois reforços e veta a saída de Rodrigão, se não vier mais ninguém para o setor ofensivo.

“Não libero, até porque não conseguimos contratar para o ataque”, ressaltou. O quadro pode mudar, se mais gente desembarcar na Vila Belmiro.


Dorival: “Modelo de gestão brasileiro está falido”
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Alexandre Praetzel

Dorival Jr. irá permanecer no Santos, no próximo ano. O treinador está feliz no clube e tem convicção de que vai cumprir seu contrato, até dezembro de 2017. Dorival conversou de forma exclusiva com o blog. Quer a permanência do elenco santista, acredita no título brasileiro e vê a falência no modelo de gestão do futebol brasileiro. Acompanhem abaixo.

Santos com possibilidade de título

“Eu sempre vou acreditar e confiando também na rodada seguinte, como vem sendo nestas últimas, quando temos por obrigação alcançarmos o resultado e as coisas têm acontecido. Naturalmente, eu tenho a consciência da distância que nos separa neste momento do líder do campeonato, mas eu ainda confio e acredito muito que poderemos ter coisas positivas até o final”.

O que falta para o Santos ser protagonista em um torneio nacional ou internacional

“Primeiro nós estamos começando a consolidar um elenco. Eu acho que isso é um fator importante. Não temos ainda um elenco totalmente formado. Tivemos uma quebra muito grande ao longo de toda a temporada, mesmo nos jogos finais do ano passado, quando a seleção nos tirou cinco jogadores. Importante para o clube, porém, é uma dificuldade muito grande para nós que dirigimos e que estamos finalizando competições. Gera uma dificuldade grande, porém é um fato que nós temos que enaltecer e não contestarmos. Até porque, há muito tempo que não tínhamos vários jogadores em uma seleção, como tem acontecido, neste momento da equipe”.

Relação com Modesto e quebra na regra de cumprir dois anos e meio de contrato

“Meu objetivo é esse. Eu vim para o Santos para que eu pudesse finalizar um trabalho que foi iniciado, em 2010. Espero que eu possa ter essa possibilidade. É muito difícil você falar em manutenção dentro do nosso país, mas eu acredito na palavra dada e acima de tudo, de minha parte, vou tentar cumprir o acordo até o último momento”.

Gostaria de contar com Robinho em 2017

“Eu acho que todo grande jogador, ele seria muito bem vindo. Robinho está num grande clube, fazendo um belo ano e eu sei que teríamos dificuldades em tê-lo no nosso elenco, neste momento. Porém, sempre gera uma expectativa e é natural que todo o treinador gostaria de ter um atleta deste nível, deste porte. Ainda mais, já tendo trabalhado com ele e conhecendo um pouco daquilo que o Robinho possa continuar realizando, ao longo da brilhante carreira que tem”.

Fotografia do time vai mudar para 2017

“Eu espero que não. Talvez uma ou outra natural alteração da equipe e uma contratação ou outra. Espero que o Santos possa manter este elenco, buscarmos alguns reforços pontuais que reforçarão consideravelmente a equipe, para que nós finalizemos a montagem do elenco. Ainda não vejo o elenco do Santos completo. Eu acho que isso daí é uma necessidade e a partir do momento que nós consigamos a manutenção da maioria destes jogadores e possivelmente com a chegada de mais alguns elementos, aí sim eu acredito que daremos um passo um pouco diferente em relação à grande maioria das equipes do Brasil. Eu acho que o Santos ainda está caminhando para isso e precisa se preocupar em manter o máximo possível deste elenco”.

Elano como auxiliar técnico

“Eu acho que é um grande profissional, tem uma bela história. Deixou uma marca muito grande dentro do próprio Santos. Está se preparando para um novo momento, essa transição é difícil, só ele mesmo para poder definir e determinar aquilo que pense para a carreira. Mas seria muito bem vindo dentro do nosso grupo de trabalho”.

Atrito com Marcelo Fernandes

“Assim, uma situação interna que foi conversada com a diretoria. Respeito muito o Marcelo, como profissional que é. Apenas, um desencontro numa situação natural, normal. Mas o respeito continua. Ele vai seguir a vida dele dentro do próprio Santos. Porém, neste momento, ele não faz mais parte da nossa equipe técnica e é natural que teríamos que ter uma mudança, naquele instante, em razão do próprio acontecido. Se fez necessário e eu espero que o Santos continue buscando boas condições de trabalho e os melhores resultados possíveis. Desejo muita sorte a ele e na sua vida profissional”.

Momento dos técnicos brasileiros incomoda

“Incomoda porque eu vejo o que muito pouco foi feito. Nós ainda precisamos de uma mudança considerável em todos os sentidos para que tenhamos primeiro a profissão regulamentada, o que isso ainda não acontece no nosso país. A grande maioria dos profissionais que trabalham no interior do Brasil ainda não possui nenhuma carteira de trabalho assinada. Isso gera uma dificuldade muito grande. Então, para um lugar onde nós não temos o principal, estamos ainda engatinhando no sentido de estabilizarmos a profissão e acima de tudo, que possamos fornecer conhecimento e condições para que um profissional possa estar crescendo e melhorando na sua profissão”.

Mágoa do Palmeiras em 2014

“De maneira nenhuma. Página virada. Eu tenho respeito muito grande pela entidade, pelas pessoas que dirigem o Palmeiras. Houve sim um desencontro, em razão de uma promessa feita, porém não tenho problema nenhum, situação nenhuma. O que passou, passou. Continuo minha vida profissional, tentando fazer o melhor pelo Santos e respeitando muito tudo o que tem acontecido na vida do Palmeiras”.

Modelo de gestão brasileiro se esgotou

“Eu sou totalmente contrário. Acho que é um modelo falido, completamente. Isso prejudica em demasia os clubes. Compromete a própria política interna, que ela se faz muito importante e necessária do que seria mais plausível dentro de um clube, de um trabalho. Eu acho que é desnecessário você falar que pessoas que torcem pela mesma entidade brigam entre si para que estejam no comando dos clubes. Isso daí é inaceitável e inconcebível que continue acontecendo. Os clubes perdem muito espaço com tudo isso. A cada dois anos, estão muito preocupados em brigar por um poder eleitoral do que propriamente por uma condição de administração e gestão dentro dos próprios. Então é um modelo que, sinceramente, não traz mais nada de bom e faz com que os clubes fiquem vulneráveis e sempre na dependência do próximo presidente, da próxima equipe de diretores que entrará na entidade e que também daqui a um ano também estarão brigando por uma nova condição. Isso acaba dificultando a vida do clube e a política passa a ser muito mais importante do que a própria entidade”.

Vitor Bueno é a revelação do Brasileiro

“Eu acho que é um dos grandes jogadores que apareceram, assim como outros, mas o Vitor já vem se consolidando como uma grande promessa. Um garoto que passa de uma grande promessa para uma realidade. Começa a se confirmar como profissional. Eu fico muito feliz com o crescimento desse garoto. Espero que ele continue melhorando a cada momento”.

Conselhos e sugestões para treinadores

“Primeiro que se preparem muito. É uma profissão difícil, muito complicada no nosso país. Muito combatida. Poucos profissionais conseguem chegar num nível aceitável. Não é fácil. Para quem já esteve dentro de um vestiário, as coisas já são bem complicadas. Eu fico imaginando para quem nunca esteve, nunca participou de um vestiário, com certeza, terá muitas dificuldades. Por isso, essa preparação inicial passa a ser fundamental. Hoje, nós estamos vivendo um novo momento. Eu espero que esses profissionais que cheguem, cheguem muito mais preparados do que a nossa geração. Nós estamos trabalhando também para que continuemos desenvolvendo nossas carreiras, porém, sabendo que precisamos de uma mudança geral em todos os sentidos, do próprio treinador, da maneira de como ele se conduz perante um grupo. Do enfrentamento que ele terá que ter a partir deste momento. Da forma de gestão dele como profissional. Da maneira como ele passará a administrar seres humanos. E a própria preparação técnica e tática do profissional, terá que ter uma mudança considerável e vem acontecendo. Bons profissionais têm aparecido no nosso mercado. Espero que continuemos assim, mas que, acima de tudo, possamos proporcionar ao profissional a possibilidade dele poder aprender, desenvolver, adquirir conhecimento. Neste sentido, nós estamos ainda muito aquém e distantes para que tenhamos no país a nossa profissão primeiramente reconhecida e posterior a isso, que possamos ter profissionais preparados para que possam preparar novos profissionais na área. Isso será fundamental para que tenhamos crescimento na função”.

Dorival Jr. está na sua segunda passagem pelo Santos. Em 2010, foi campeão paulista e da Copa do Brasil, com um time que encantou o país com Neymar, Ganso e Robinho. Retornou em julho de 2015 e foi vice-campeão da Copa do Brasil. Em 2016, conquistou o Paulista e é terceiro colocado no Brasileiro com 61 pontos, seis atrás do líder Palmeiras, faltando cinco rodadas para o término da competição.