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Cristóvão: “Treinador tem que ganhar primeiro, para ganhar tempo no Brasil”
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Alexandre Praetzel

Cristóvão Borges está parado há um ano, sem trabalhar no Brasil. Tirou esse período para estudar, aprender novos métodos e retomar sua trajetória como técnico, no futebol brasileiro. Aos 58 anos, Cristóvão vem de duas passagens rápidas e sem bons resultados, por Vasco (2017) e Corinthians (2016). No clube paulista, teve a oportunidade de trabalhar com Fábio Carille, atual campeão brasileiro e bicampeão paulista. Em entrevista exclusiva ao blog, Cristóvão elogia o modelo do Corinthians, valoriza novos cursos e admite que o treinador precisa primeiro ganhar, para depois conseguir trabalhar no país. Acompanhem.

Como você está vendo o mercado de técnicos no Brasil? Algo em vista?

Tenho visto muitas coisas boas, principalmente do Grêmio. Grêmio tem jogado um futebol maravilhoso. A gente tem visto um começo de trabalho do Fernando Diniz, que vai ser muito interessante para todos nós. Tem muita gente trabalhando muito bem e a gente vê treinadores podendo trabalhar durante muito tempo. Tem o Mancini no Vitória, Enderson no América-MG. Essas perspectivas são muito boas e importantes. Eu quis parar durante um ano porque eu estava fazendo muitos trabalhos seguidos, sem tempo para fazer uma reavaliação e análise. Eu parei para isso e durante esse período, estudei e estou estudando bastante. Entendi um monte de coisas e procurei corrigir. Estou pronto. Daqui a pouco, estou voltando.

Corinthians do Carille teve algo de você?

Não, não. O Corinthians tem o jeito próprio, que é uma coisa de filosofia, como tem o Barcelona de muito tempo. No Brasil, guardadas as proporções, o Corinthians também tem. Então, é uma coisa que foi solidificada durante muito tempo. O Corinthians conseguiu ser um clube vencedor e vai continuar sendo, porque fez isso muito bem. Um trabalho que vem do Mano, depois o Tite consolidou isso e o período que eu estive, foi curto e, claro, durante esse período, algumas coisas a gente procurou colocar, mas lógico, para colocar tudo, eu precisaria de muito mais. Minha passagem foi enriquecedora, importante, porque justamente vi a forma como tudo isso foi construído, de maneira interessante e importante.

No Brasil, há uma disputa entre ex-jogadores e acadêmicos para os cargos de técnicos?

Não. Isso é uma coisa antiga. Já aconteceu há muito tempo e não existe mais. Inclusive, a CBF tem um curso de treinador, que é um curso que ajuda bastante para o encontro de todo mundo. Existe uma troca muito grande e enriquece a todos. Estamos todos necessitando e precisando, cada vez mais, ficarmos melhores, estudar, se atualizar, acompanhar tudo que acontece no mundo inteiro.

Achas que o Brasil será campeão do mundo?

Acho que dessa vez, a gente vai assistir, de uma outra forma e com confiança. um Brasil preparado para disputar a Copa, de maneira que possa ganhar. Logicamente, é um torneio curto, com outros aspirantes à mesma condição. Tem Alemanha, Espanha e França, que são equipes que vão brigar pelo título. Dizer que vai ser campeão é muito difícil, mas está preparada e pode ser campeã, sim.

Técnico ainda vive de resultados ou as gestões podem mudar?

Ainda vamos, porque isso é uma cultura que existe há muitos anos. Essa é a maior razão da minha parada. Fui estudar e preparar meu método de trabalho e treinamento, para que possa se adequar ao pouco tempo de trabalho, para que o processo aconteça de forma mais rápida. Durante esse tempo, estudei, me preparei para isso. Métodos de treinos, tipos, para que eu possa fazer com que o processo seja acelerado e que não tenha prejuízo nenhum. Na verdade, o treinador aqui, precisa primeiro ganhar, para ganhar tempo e depois trabalhar. Então, se o jogo é assim, a gente tem que se preparar. Foi isso que eu fui fazer.

 


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