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Clemer vê queda do Inter como anunciada e quer D’Alessandro de volta
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Alexandre Praetzel

O ex-goleiro Clemer foi ídolo do Internacional de 2002 a 2009. Ganhou seis campeonatos gaúchos, Libertadores da América, Mundial de Clubes, Recopa Sul-Americana e Copa Sul-Americana. Trabalhou com vários técnicos e depois tornou-se funcionário do clube, treinando times da base. Clemer lamentou demais o rebaixamento colorado e comentou as causas do insucesso, fazendo também uma projeção para o retorno à elite, em conversa exclusiva com o blog. Leia abaixo.

Rebaixamento do Inter

“Vejo com muita tristeza, mas uma morte anunciada. Todos nós, praticamente com o decorrer do ano, das coisas que estavam acontecendo, a gente já previa uma situação ruim no final de ano. Isso nos deixa tristes, mas sempre com a esperança, com essa nova diretoria, o time voltar à primeira divisão. Fazer um grande trabalho e voltar tudo. Eu acho que o clube vai se fortalecer mais, o torcedor vai abraçar ainda mais o clube porque sabe que esse clube é de uma grandeza que não pode estar nesse tipo de situação, não pode passar por isso. A gente só fica triste por tudo que foi feito, por tudo que foi avisado e parecia assim que as pessoas achavam que isso não iria acontecer. Infelizmente, aconteceu. Agora, é levantar a cabeça, os dirigentes que assumirem, o torcedor abraçar, que eu sei que sempre vai estar junto e a gente fazer de tudo para que o Inter possa voltar para a primeira divisão e buscar títulos importantes”.

Soberba da diretoria

“Não sei se a palavra certa seria soberba, mas eu acho que as apostas, as convicções, foram muito erradas dentro do planejamento do Inter. Eu acho que houve muita demora para que essa percepção pudesse acontecer. Deixaram para as últimas rodadas do campeonato, coisas que tinham sido avisadas há muito tempo. Todo mundo comentava, todo mundo falava. Mas não conseguiram assimilar esse tipo de situação que poderia acontecer. Isso ocasionou nessa situação do Internacional”.

Inter terá dificuldades na Série B

“Só história, estrutura e camisa não bastam não. O Inter terá que fazer um time muito competitivo, principalmente, estudar bastante as contratações que irão fazer. Jogadores tecnicamente bons e que tenham muita experiência nesse tipo de situação porque todo mundo sabe que não é fácil, haja vista o Vasco, que já vem pedalando há muito tempo, quase não classifica na última rodada onde tinha uma vantagem muito grande e essa gordura foi sendo tirada no final da competição. O Inter tem que se estruturar bastante, ter bastante informação sobre esse tipo de competição, que é uma coisa nova para o Inter. Eu acredito que com esse pensamento, o Inter possa sair dessa situação incômoda que está hoje”.

Ídolos deveriam ser chamados

“É difícil para eu falar em meu nome. As pessoas que tenham muito conhecimento nesse tipo de competição. Não adianta o Inter fazer um time de primeira divisão para jogar uma segunda, que é uma situação diferente. Eu acho que a característica do time, jogadores, elas têm que ser diferentes, de acordo com a segunda divisão, apesar do Inter ser grande, não ser um time de segunda divisão, mas que tenha que brigar com um time competitivo, com jogadores que saibam jogar a segunda divisão para que isso possa fazer a diferença para subir. Esse é o meu tipo de pensamento. Não adianta contratar jogadores que são tops da primeira divisão, que é uma competição totalmente diferente, são viagens desgastantes. Tem que ter jogadores cascudos que já tenham essa característica de ter jogado e vencido essa competição. É por aí que o Inter tem que começar”.

D’Alessandro é o nome certo para liderar o Inter

“D’Alessandro é o nome certo porque primeiro, é um atleta que é ídolo, você não está buscando um jogador diferente de uma outra situação. D’Alessandro é do clube. Ele é um ídolo e tem liderança. Já começa por aí. Ah, se o D’alessandro jogar 45 minutos, 60 minutos, tenho certeza que ele vai fazer a diferença”.

Carreira como técnico

“Meu último clube foi o Sergipe, onde nós fomos campeões. Fizemos um trabalho muito bom lá. Hoje, estou com uma comissão técnica, eu, o Rubens Cardoso e a gente está sempre se atualizando e esperando uma oportunidade para gente trabalhar de novo”.

O Inter terá nova diretoria, a partir de janeiro. Marcelo Medeiros foi o presidente eleito com 94% dos votos de sócios do clube. Roberto Mello será o diretor de futebol e Antonio Carlos Zago, o novo treinador.


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