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Com 8 reforços, presidente do Bahia diz: “Não tenho medo de bater e voltar”
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Alexandre Praetzel

O Bahia estreia na Flórida Cup, nesta quinta-feira, contra o Wolfsburg da Alemanha. O clube foi convidado a participar do torneio, após a desistência do Flamengo. O blog entrevistou o presidente Marcelo Santana com exclusividade. Aos 35 anos, Marcelo falou a respeito da divulgação da marca do Bahia, reforços, gestão e a tentativa de ser um time totalmente afirmado na Série A do Brasileiro. Acompanhe abaixo.

Participação na Flórida Cup

“Uma oportunidade boa para o Bahia e futebol do Nordeste. Um torneio com visibilidade para mais de 70 países, jogos na TV aberta e fechada. Uma pré-temporada com um nível de partidas que a gente não teria no Brasil. Chance para trazer o Bahia para um patamar superior”.

Gestão

“Tem sido dois anos de reconstrução do Bahia. Quando chegamos, tínhamos acabado de cair. Salários vencidos, 13º sem pagar, direitos de imagem atrasados. Nestes 24 para 25 meses, temos conseguido mudar o espírito e a cara do Bahia. Temos 100% dos compromissos em dia. Credibilidade no mercado, sem atraso com jogadores e fornecedores. Reduzimos em cerca de 70 milhões a dívida. Metade pelo Profut e metade com receitas próprias. Temos acordo com a OAS para recuperação do Fazendão (CT do Bahia) e aquisição do terreno para a Cidade tricolor. Frutos estão começando a aparecer externamente e esperamos que aos poucos isso se reproduza dentro de campo”.

Bahia na Série A

“Não tenho medo de bater e voltar. Alguém que se torna presidente aos 33 anos não pode ter medo. Claro que vai ser o primeiro ano da Série A. A gente sabe das dificuldades e expectativas da torcida. Estamos montando um grupo para fazer um Brasileiro que eu chamo de seguro e nunca falar de rebaixamento em nenhuma rodada. No segundo turno, a gente vê se é possível desejar algo mais ou não. Nossa ideia é o Bahia sempre ganhar um título por ano. A gente tem que buscar este título anual porque mexe com a autoestima do torcedor e isso faz com que o torcedor consuma os produtos do clube, as receitas se valorizam e isso se torna um círculo vicioso. Temos que nos manter na Série A porque isso nos fortalece na estrutura, esportivamente e financeiramente. Somos a 14ª receita do Brasileiro. É um ritmo de crescimento anual. Quando chegamos, a receita bruta era de R$ 60 milhões. Em 2016, fechamos em R$ 125 milhões, mesmo com dois anos de Série B. O Bahia tem que ser um clube de referência no Nordeste, como já foi em outros períodos. Num prazo de cinco a oito anos, o Bahia tem totais condições de estar inserido entre os oito maiores clubes do país”.

Reforços

“Acredito que tenhamos optado por jogadores em momentos técnicos bons. Eles têm vindo de boas temporadas recentes. Reforços que chegam com ambição, sem acomodação e fim de carreira. Dentro das nossas possibilidades, temos feito bons encaixes no mercado. Trouxemos o Armero, com mais mídia da Udinese-ITA. Buscamos nomes que fizeram Série B forte recentemente, como Zé Rafael e Gustavo. Tudo para ajudar o Guto Ferreira a ter possibilidades de fazer mudanças táticas durante uma partida. O primeiro passo para a gente é respeitar a Série A, fazendo uma campanha segura. Nosso grupo tem como referências o Atlético-PR e a Chapecoense”.

Grande nome para o elenco

“Acho difícil contratar. Se a gente tiver possibilidade, faremos um investimento. A prioridade tem que ser o desempenho técnico. Se o jogador conseguir isso, aliando empatia e trazer novos patrocinadores, pode ser. Não podemos fazer o contrário. Buscar primeiro a mídia e depois o reforço. Hoje é muito complicado, mas não descarto se for uma grande oportunidade, não prioridade. Estamos num estágio de amadurecimento e crescimento”.

Guto Ferreira

“Excelente pessoa e grande profissional. Tenho gostado demais do trabalho dele. Busca crescimento profissional, sempre atento a novas ideias. Esteve na Alemanha estudando novos métodos. Guto me pergunta detalhes de como são as coisas na Europa. Tem condições de estar entre os principais nomes do país, mesmo sendo emergente no momento. Ele pode crescer no Bahia e as duas partes podem se beneficiar desta relação. Conseguiu o objetivo de subir conosco. Vamos ver até onde vamos em 2017”.

Desafios da gestão

“Acredito que a gente, me incluo nisso, tem que mudar a mentalidade para ser o futebol referência de novo. Temos que nos preocupar mais com infraestrutura, lado comercial e ter uma visão mais de negócio como empresa, com resultados dentro e fora de campo. Sou jornalista formado e a imprensa e torcida precisam entender que só um ganha campeonatos. Os que não ganham podem ter tido grandes trabalhos. Temos que parar com a mania de quem não é campeão tem que ter terra arrasada. Precisamos mudar esta mentalidade para trabalhos de modelos de gestões sustentáveis. Se considerarmos só o resultado de campo, será considerado fracassado se não vencer”.

O Bahia já contratou o volante Edson e o lateral direito Wellington Silva, do Fluminense, o lateral colombiano Armero, da Udinense-ITA, o lateral esquerdo Matheus Reis, do São Paulo, o volante Matheus Sales, do Palmeiras, o meia Zé Rafael, do Londrina, o meia Diego Rosa, do Montedio Yamagata, do Japão  e o centroavante Gustavo, do Corinthians. O próximo a ser anunciado deve ser o meia argentino Allione, do Palmeiras.

O Bahia vai disputar o Estadual, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série A do Brasileiro, em 2017.


Guto Ferreira confirma contato do Corinthians, sem evolução nas conversas
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Alexandre Praetzel

Guto Ferreira confirmou que foi procurado pelo Corinthians, nos últimos dias. Não houve evolução nas conversas entre a diretoria corintiana e o empresário do treinador, Adriano Spadotto. Guto está satisfeito no Bahia, mas não descarta o Corinthians, em outra oportunidade. O técnico levou o Bahia de volta à Série A, em 2017, e promete buscar resultados maiores à frente da equipe. Leia abaixo a entrevista exclusiva concedida ao blog.

Corinthians

“O Corinthians até procurou meu representante, mas eu tenho contrato com o Bahia. Houve procura, mas não houve evolução nas conversas”.

Pensou em trocar de time

“Quem não quer trabalhar num clube como o Corinthians? Mas eu tenho um compromisso com o Bahia. Não é só questão de eu querer, estou feliz no Bahia. Tenho identificação grande com o torcedor e também aspiro um dia trabalhar no Corinthians. Isso passaria por uma série de situações e acabou não evoluindo”.

Bahia

“Tivemos um projeto que iniciamos no meio do ano. Primeiro estágio era o acesso e o objetivo foi alcançado mesmo com todas as dificuldades em pegar o time no meio da competição. Agora, existe um planejamento dentro da Série A, onde temos o objetivo de fazer um ano de 2017 bom e vamos trabalhar por esses objetivos”.

Competitividade

“Nós estamos trabalhando para montar um time competitivo. Se não for competitivo no futebol mundial, não se estabelece. Tem muita gente trabalhando para termos um time assim. Têm jogadores que o clube está procurando renovar e também contratar. Tudo são passos. Em se tratando do Bahia, o torcedor quer sempre o melhor e nós também. Temos estágios a serem percorridos e o mínimo é permanecer na Série A. Depois, estando bem, o objetivo é chegar mais longe, dentro de um processo evolutivo. Vamos estruturar a equipe. Tem duas competições regionais onde o Bahia tem que trabalhar bem”.

Estudar ou não como técnico

“Eu acho que cada um faz as suas escolhas. Vou responder com uma frase que me marcou: Você faz suas escolhas e as suas escolhas fazem você. Para aqueles que pensam que não precisa estudar, eles devem ter uma linha de pensamento e alguma diretriz. Não estou buscando nenhuma receita de bola, não. Vou lá ver o que está sendo diferente. Vou conhecer estrutura física, pessoal, parte de mídia, marketing, como se realiza o jogo e o futebol, o que ocorre dentro e em que condições está acontecendo. Fui lá observar. Não fui para me pós-graduar. Sempre se assimila alguma coisa. Quero estudar e aprender sempre. Quem sabe desta maneira consigo com o exercício da prática, gerar uma teoria com uma base de prática mais qualificada”.

Preconceito com futebol nordestino

“Não vou falar em resistência da mídia. O Bahia teve uma repercussão importante na Série B. O Bahia busca se reorganizar a cada dia, com mais crescimento. Me impressiona a participação dos torcedores nos jogos, famílias dentro dos estádios. Não há violência na torcida. Estou falando do Bahia. Não posso falar pelos outros. À medida que os resultados vão sendo alcançados, a repercussão vai aumentando, não importa onde você esteja trabalhando. Logicamente, o eixo Rio-SP repercute mais pelos principais meios de comunicação. Algo normal”.

Pronto para time grande

“Eu acho que o Bahia já é em termos de pressão e tamanho em torcida e massa associativa. Pode não estar entre os 12 grandes, mas é bicampeão brasileiro. Estou pronto sim. Não tenho medo. Vamos trabalhar muito, buscar mais e mais conhecimento para conseguir atingir objetivos ao final de cada temporada. É uma responsabilidade muito grande, mas não tenho medo”.

Não ter sido ex-jogador atrapalha

“É um ser humano igual aos outros. Não dificulta em nada. Se for ver esse lado, tenho dois auxiliares ex-jogadores que participam de toda a integração de trabalho. Acho que as linhas de pensamentos, onde existem acadêmicos muito bons profissionais que conseguem transformar teoria em prática. Existem medianos e ruins. Há ex-jogadores com posturas acadêmicas e são qualificados e outros que não conseguem ter comando. São tantas características para ser tornar um treinador com resultado final, isso que teria que ser debatido. Quais esses perfis? Liderança, postura, conhecimento. Uns mais teóricos e outros mais práticos. O que vale é a capacidade, independentemente de onde ele vem”.

Viagem à Alemanha

“Fiquei 17 dias por lá, agora em dezembro. Assisti três jogos da primeira e um jogo da segunda divisão. Jogo muito intenso, alinhado, muito tático. Os caras não ganharam a Copa à toa. Você vê muito planejamento de anos para cá. A Bundesliga, dentro do trabalho de formação, as academias são classificadas em uma, duas e três estrelas. As cotas de TV são repassadas para esta academia, de acordo com tua classificação. Ano a ano tem uma fiscalização da Confederação em cima de predicados e resultados. O que mais impressiona é a questão cultural, como todos exercem as funções. Não há interferência externa. O Hoffenheim, por exemplo. Tem um CT só para Sub-12, 13 e outro CT para 13, 14 e 15 com três campos e prédio de cinco andares com toda estrutura. Tem um outro CT para 17, 18 e 19 e um outro para Sub-23 e time principal. Tem treinamento até de visão periférica, para aprimorar reflexo e escolha rápida. Uma arena para 32 mil pessoas. O técnico tem 29 anos e o diretor esportivo, pouco mais de 30. O Hoffenheim seria a Chapecoense, aqui no Brasil, pelo tamanho, estrutura e repercussão”.

Aos 51 anos, Guto Ferreira tem contrato com o Bahia, até dezembro de 2017. A multa rescisória é de R$ 1 milhão. Guto surgiu no futebol trabalhando na base de São Paulo e Inter. Treinou Inter, Ponte Preta e Chapecoense, até chegar ao Bahia, entre outras equipes.


Thiago Ribeiro revela depressão e não descarta voltar ao Santos
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Alexandre Praetzel

O Bahia luta para retornar à Série A e se reforçou bastante nesta temporada. O atacante Thiago Ribeiro foi um dos contratados para a campanha, mas não vem sendo aproveitado. Thiago sempre foi nome forte no mercado e espera ser reintegrado na reta final da temporada. Em entrevista exclusiva ao blog, Thiago admitiu ter sofrido de depressão, há dois anos, atrapalhando seu desempenho. Leiam abaixo.

Situação no Bahia

“Estou emprestado ao Bahia até 31 de dezembro. Estou afastado há três meses e meio. Venho treinando separado do elenco principal. Pelo que está caminhando aí, até terminar o meu vínculo, vai continuar assim. Vamos aguardar para ver o que acontece. Se ainda eu posso ser reintegrado, se me chamam para integrar o elenco nesta fase final da Série B. Então, estou no aguardo. Essa é a minha situação atual aqui no Bahia. Eu ainda tenho mais um ano de contrato com o Santos, até 31 de dezembro de 2017. Já para o ano que vem, não sei como será o meu futuro. Depois que eu fui afastado, alguns clubes do Brasil e exterior demonstraram interesse em mim. Porém, não deu negócio. Para a Fifa conta que já joguei em três clubes nessa temporada. Na verdade, eu joguei em dois, Atlético-MG e Bahia, mas quando eu saí do Atlético, meu vínculo retornou ao Santos e o Santos me repassou para o Bahia. Então, para a Fifa conta que eu joguei no Atlético, no Santos e Bahia. Não se pode mais jogar em mais de três clubes numa temporada. Então, vou cumprir o contrato com o Bahia até dezembro, independentemente de ser reintegrado ou não, e depois vou definir meu futuro para o ano que vem. Se volto ao Santos ou vou para outro clube”.

Problemas enfrentados

“Eu passei por um problema muito sério que teve início no final de 2014, quando ainda jogava pelo Santos. Passei por uma depressão muito severa mesmo, onde me afetou muito, minha parte psicológica, física. Eu emagreci muito no ínicio deste problema, perdendo sete quilos. Foi uma fase onde eu fiquei quase dois meses e meio sem jogar no Santos, até porque eu estava vindo de lesão também, quando isso começou. Depois, precisei de um tempo para me recuperar fisicamente para voltar a ficar à disposição. Passei por esse sério problema. Isso durou um ano e oito meses. Até a minha chegada no Bahia, nos primeiros meses, eu ainda estava passando por parte desse problema de depressão. Graças a Deus, bem melhor do que aquele início em 2014, mas ainda enfrentando essa dificuldade. Isso mexeu muito comigo, com meu psicológico, meu físico também, como eu falei. Acabou me atrapalhando muito. Só eu e Deus sabemos tudo o que eu passei nesse tempo. Consegui superar esse problema, essa adversidade. Hoje estou com muita disposição, muito motivado, feliz e alegre para voltar a jogar de novo em alto nível, coisa que não consegui nesses dois últimos anos, por causa desse problema que eu passei. Então, hoje estou totalmente recuperado e pronto para fazer uma das coisas que eu mais amo que é jogar futebol”.

Valeu a pena ir para o Bahia

“Eu não me arrependo de ter vindo jogar no Bahia, não. Desde que o Bahia procurou meu empresário, eu fiquei sabendo do interesse, gostei desta possibilidade, deste novo desafio, até porque o Bahia é um clube de tradição, duas vezes campeão brasileiro e vem se estruturando muito bem. Tem um projeto muito legal para a sequência. Não me arrependo de ter vindo e disputado a Série B. Entendi naquele momento que eu aceitei a proposta, que seria uma boa oportunidade para mim. Jogar, ter uma sequência. No início do ano pelo Atlético, não estava tendo essa sequência. Comecei o ano como titular no Atlético, mas tive uma lesão, fiquei afastado, me atrapalhou muito. Como o Atlético contratou vários atacantes, entendi que eu poderia não ter tanto espaço para jogar, com eu gostaria. Então, acabei entendendo ser uma boa oportunidade jogar no Bahia. Não me arrependo não”.

Bahia vai subir

“Eu acredito que o Bahia tem grandes chances de subir. Ainda faltam sete jogos e tem totais condições para conseguir o acesso. Procurar melhorar a regularidade nessa fase final de competição, principalmente fora de casa. Se não melhorar o desempenho fora de casa, o acesso fica em risco. Agora, se melhorar fora e com o desempenho em Salvador, tem tudo para conseguir o acesso”.

2017

“Espero com fé em Deus que seja um grande ano para mim. Graças a Deus, hoje estou totalmente recuperado da depressão. Me sinto totalmente motivado, feliz, alegre, para fazer o meu trabalho, que é jogar futebol. Então, eu projeto um grande ano para mim, onde vou me esforçar o máximo para voltar a jogar em alto nível, como sempre foi ao longo da minha carreira. Sobre clubes, ainda não tenho idéia sobre isso porque a temporada ainda não terminou, justamente nessa época os clubes começam a se movimentar. Meu empresário está trabalhando para meu futuro ficar definido. Ainda tenho mais um ano de contrato com o Santos. Sou jogador do Santos. Não sei se retorno ao Santos, para cumprir o último ano de contrato ou se vou partir para outro clube. São situações que têm que ser resolvidas. Acredito que até o final de dezembro, tudo estará resolvido e eu terei idéia de que clube vou jogar em 2017”.

Thiago Ribeiro está com 30 anos. O Bahia é 6º colocado na Série B com 49 pontos, três atrás do Londrina, 4º colocado. O time enfrenta o Oeste, em Barueri, neste sábado à tarde.