Luxemburgo faz autocrítica, espera propostas e admite boicote na China
Alexandre Praetzel
Vanderlei Luxemburgo está de volta ao futebol brasileiro. Após uma passagem frustrada pela China, o técnico espera por propostas para retornar ao trabalho. Em entrevista exclusiva ao blog, Luxemburgo fez uma autocrítica sobre suas últimas participações em clubes brasileiros. Acompanhem abaixo.
Passagem pelo futebol chinês
“Financeiramente não pode dizer que não, mas profissionalmente, foi muito confusa, boicotaram, como passou com o Mano, como passou com o Cuca, muito difícil. Felipão está no melhor clube da China e com o melhor dirigente, que é um cara milionário e que não interfere em nada. Muito difícil lá. E para mim foi uma experiência, assim, das coisas que aconteceram na minha carreira, talvez tenha sido a pior coisa que me aconteceu, de relacionamento com pessoas, de envolvimento e de coisas erradas que aconteceram. Então, financeiramente foi bom, mas o resto não foi não”.
Propostas no Brasil
“Ninguém me procurou. Só sondagem, através de amigos, algumas outras coisas, mas ninguém me procurou e dizer que voltei a dar entrevistas, voltei a participar , que eu não estou aposentado que nem as pessoas estavam falando, muito pelo contrário, tenho muita coisa para fazer no futebol e preparado para ver o que vai acontecer para frente”.
Momento do futebol brasileiro
“A estrutura ainda é muito deficiente né e deixando muito para dentro do jogo de futebol. Não está dentro do jogo de futebol, está muito fora, pela estrutura do que pelo próprio jogo de futebol. A Seleção Brasileira contratou o melhor técnico do Brasil, atualmente, que é o Tite. Bem convocado, bem preparado para dirigir a Seleção Brasileira. É um alento muito bom, um homem inteligente com personalidade, sabe o que quer. Então, acho que foi muito bom isso aí. É o momento de melhorar ainda mais e pegar este momento para voltarmos a crescer, mas é preciso que não só cresça dentro do campo de futebol. É preciso que cresça também em outros setores”.
Palmeiras ou Flamengo campeão brasileiro
“Não esquece do Atlético-MG não. O Atlético é forte. Jogando no Independência é forte. Acho que os três são os candidatos, mas coloco o Palmeiras um pouco na frente”.
Copa do Brasil
“Copa é copa. O Grêmio que estava morto aí, de repente já é um copeiro, que está acostumado. O Cruzeiro pode reverter a situação. Então, são clubes que são copeiros. Os que estão chegando são copeiros”.
Onde vai trabalhar em 2017
“Ah, cara, eu não sei. Sinceramente, não teve nenhum convite forte, a não ser sondagem de um amigo, que é fulano, aquele negócio de futebol, um conhecido do outro e tal, mas diretamente não. Então, não sei. Estou pronto para voltar para o futebol aqui no Brasil e preparado, até brinquei no programa do Neto que estava apontado para o céu, tirando onda. Estou totalmente preparado e querendo realmente recuperar um espaço aí. Fazendo uma auto-crítica, minhas últimas atuações não foram boas, até pelas minhas escolhas, até por um pouco de prepotência minha, de eu achar que poderia resolver todos os problemas com a minha capacidade profissional. Não é isso. Tem algumas outras situações que aconteceram nos últimos anos que precisam ser revistas por mim também. Isso já analisei. Mudou muito o jogador, o dirigente, o contato com a imprensa, assessorias, tudo mudou e eu tenho que me ajeitar a este novo momento do futebol”.
O Cruzeiro foi o último time treinado por Vanderlei Luxemburgo no Brasil, em 2015.