Blog do Praetzel

A tecnologia foi a melhor em campo na vitória francesa sobre a Austrália

Alexandre Praetzel

Em 2008, entrevistei o ex-presidente da Fifa, João Havelange, falecido em 2016. Na ocasião, perguntei sobre a implantação da tecnologia no futebol, para acabar com erros de arbitragens decisivos nas partidas. Havelange respondeu que o erro fazia parte do futebol e permitia discussões e debates, após os jogos. Que a tecnologia iria acabar com isso.

Dois anos depois, vimos que Havelange estava errado. Se não fosse a tecnologia, a Austrália venceria a França por 1 a 0, com prejuízo enorme para os franceses. A França ganhou por 2 a 1, porque houve um pênalti claro em Griezmann(auxiliado pelo VAR), e a bola entrou, no segundo gol de Pogba, com a criação do chip na bola. Investimentos altos, mas muito necessários para dar lisura ao esporte. O que adiantaria falarmos sobre uma possível vitória da Austrália, se a França tivesse perdido por falhas da arbitragem? A injustiça seria muito mais comentada nos bares e residências.

Com o passar do tempo, o futebol não poderia viver do passado. Outros esportes já tinham adotado a tecnologia e a Fifa demorou a implementá-la. Em 2010, durante a Copa da África do Sul, a Inglaterra chegou a empatar o jogo contra a Alemanha em 2 a 2, quando a bola entrou um metro num cabeceio de Lampard, no confronto das oitavas-de-final. O árbitro uruguaio Jorge Larrionda mandou seguir e não deu o gol. Um minuto depois, o telão mostrou o lance para indignação de todos no estádio e nas próprias delegações. A arbitragem terminou ali e a Alemanha foi favorecida, vencendo por 4 a 2. Só citei um momento, entre centenas que terminaram assim.

Ah, sobre o jogo. A França jogou bem menos que o esperado e o resultado foi melhor que o desempenho. A Austrália surpreendeu com forte marcação e chegadas perigosas ao ataque. Na bola, o empate seria mais justo. Os franceses tiraram o peso da estreia. A Austrália pode complicar Dinamarca e Peru.