Federações Estaduais servem para quê?
Alexandre Praetzel
A Federação Paulista de Futebol alterou datas e horários das quartas-de-final do Paulista, um dia depois de ter reunido os oito representantes dos clubes. Fez um evento com pompa e circunstância, mas seus diretores esqueceram de consultar a Polícia Militar de São Paulo. O que valia ontem a partir das 13h, não vale mais nada, 24 horas depois.
O São Paulo jogaria domingo e quinta. Seus jogos foram antecipados para sábado e terça. E o São Paulo joga nesta quarta, em Maceió.
O Palmeiras jogaria terça e passou para quarta.
Bragantino e Corinthians passou das onze da manhã para às 16h, domingo. A volta seria quarta, mas passou para quinta.
Vejam bem. Esse é o início da fase quente do seu principal campeonato, mas parece que a própria entidade não liga muito para o produto. E ainda lava as mãos, quando autoriza inversão de mando de campo ou permite que os clubes joguem onde quiserem como mandantes, sem respeitar o equilíbrio técnico. Isso está no regulamento, mas a Federação deveria impor essa condição. Cada um define seu estádio antes do campeonato e sedia seus jogos nele, salvo exceções como troca de gramado ou realizações de shows, atuando na sua cidade ou no município mais próximo. Bem simples de fazer.
No Rio Grande do Sul, só houve árbitro de vídeo no Grenal, na última rodada da primeira fase. O Inter bancou os R$ 30 mil. O presidente da FGF, Francisco Novelletto Neto, chegou a dizer que seria uma tragédia para o campeonato, se o Grêmio fosse rebaixado. O próprio mandatário jogando pressão no torneio.
No Rio de Janeiro, os estádios estão às moscas, mas quem se importa? A média de público é de menos de três mil pessoas. Os clássicos, antes muito atraentes, tiveram arrecadações irrisórias, dando prejuízo para todo mundo.
Ao invés de fomentar o futebol nos Estados, regionalizar seus torneios durante todo o ano e deixando os grandes para uma fase final, as Federações impõem 19 datas e ficam satisfeitas com partidas durante quatro meses. O resto da temporada é para passar o tempo e ainda lucram com 5% de todos os borderôs. Ah, e ganham R$ 75 mil de mesada da CBF, como forma de incentivo ao esporte.
Lembrando que são seus presidentes que elegem o presidente da CBF. Simples assim. Elas nunca acabarão e continuarão poderosas, até que os clubes se unam e cortem o cordão umbilical. Mas isso é tão difícil quanto um Estadual dar lucro.