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Oliveira defende reuniões religiosas no Santos: “Levir nunca proibiu”

Alexandre Praetzel

Ricardo Oliveira fez o gol da vitória do Santos sobre o Flamengo por 3 a 2. O atacante admitiu que estava pouco participativo, mas comemorou demais o lance que deu mais três pontos para o time, no Brasileiro. Aos 37 anos, Ricardo concedeu entrevista exclusiva ao blog, projetando sua renovação de contrato, elogiando o trabalho de Levir Culpi e defendendo encontros religiosos do grupo. Confira a seguir.

Dá para dizer que você voltou definitivamente, com o gol marcado?

Cara, eu fico feliz de poder voltar a marcar. Eu acho que é o que o time e o torcedor esperam de mim. É só meu terceiro jogo, após esse meu retorno depois de dois meses. Confesso para você que é muito bom voltar a se sentir importante, participando efetivamente com gols. É aquele típico assim, cara. Se eu sou substituído, o torcedor me vaia. No primeiro tempo, nós não conseguimos criar tantas oportunidades. Eu até falei isso no intervalo para os meus companheiros. Precipitamos muito. No segundo tempo, conseguimos ficar mais com a bola. Isso proporcionou situações de gols para a gente. Eu chutei no gol a bola que o Bruno Henrique fez o gol, acabou culminando no nosso gol. Mas se eu saio naquele momento de 2 a 1 ou até 2 a 2, se eu saio, o torcedor me vaia porque fui pouco participativo e o time não conseguiu criar as ocasiões e você sai, de repente, na visão do torcedor e é assim que o torcedor vê, como herói do jogo. Como é o futebol. Fiz o gol que valeu três pontos. Mas só faço parte dentro de um contexto. A gente procura ser efetivo dentro de campo. ajudar, entendendo que é o melhor ritmo ainda está por chegar. O que vai me dar ritmo e condições de jogo, é jogando. O próprio Levir falou isso. Mas fico muito feliz de voltar a marcar gol importante que nos ajudou nessa vitória sobre um Flamengo, que dispensa qualquer tipo de comentário.

Já podemos confirmar tua renovação de contrato com o Santos?

Nós só podemos confirmar depois que tudo estiver assinado. É fato e vocês já sabem que nós estamos em conversa para essa renovação, até o final de 2018, mas ainda não tem nada certo.

Dá para buscar o Corinthians, dez pontos atrás?

São três jogos mais um. É muita coisa, né. Não é fácil, mas olha só. Ainda falta todo o segundo turno. Tudo pode acontecer. O Campeonato Brasileiro é muito complicado. Fato é que nós vamos jogo a jogo. Não dá para você ficar vislumbrando muita coisa. Temos que fazer a nossa parte e claro, torcer para que os de cima tropecem, para a gente ir encostando. Mas jogo a jogo. Não dá para você ficar falando muito porque a nossa realidade é essa. A gente vê um time que está lá, com dez pontos na frente, que tem feito um jogo muito efetivo dentro da competição e a gente vai em busca da nossa evolução e crescimento e vamos ver como que a gente vai diminuindo essa diferença de pontos para o primeiro colocado.

A troca de técnico teve um efeito positivo ou você não vê desse jeito?

Os números mandam no futebol. É assim. Nem sempre o futebol é justo. Eu me coloco nessa situação como eu falei para você. Se eu fosse substituído no jogo, algum torcedor ia me vaiar, mas saí como grande herói. Não me sinto assim, mas na visão do torcedor é assim. Isso é o futebol. Então, os números do Levir (Culpi) dizem que a chegada dele deu uma melhorada no time. Então, assim, tenho um imenso carinho e respeito pelo Dorival. Infelizmente, as coisas não aconteceram, como nos anos anteriores, mas agora, poxa, os números do Levir respaldam ele. A chegada dele e o time deu uma crescida. Então, como a gente vai falar contra os números, né? De fato, melhorou bastante.

Levir disse que a religião é do CT para fora. Existem mesmo grupos religiosos no grupo?

É até ruim voltar a tocar nesse assunto, porque alguns de vocês da imprensa fomentaram muitas coisas que não são verdadeiras. O Levir nunca proibiu a gente de se reunir e falaram que ele proibiu. O Levir nunca falou que proibiu. Nunca falou. Pelo contrário. Ele disse que se a gente quisesse juntar os jogadores no hotel e fazer isso daí, sem problema nenhum. Muitos de vocês falaram que ele ia chegar e eu ia ser apartado do time ou que eu ia sofrer com a chegada dele. Levir é um baita ser humano com suas crenças, com posicionamento firme, porém respeitoso com todos. Assim, como nós todos respeitamos a autoridade e o comando dele. Fato é cara que a gente sempre se reuniu, desde sempre, tá. Todos são bem vindos, quem não vem é super querido. Não existe grupinho. A gente fica uma horinha conversando. Vários atletas que inclusive não compartilham da mesma crença, participam com a gente porque é legal, é um momento bacana nosso de amizade. Então, assim, eu não queria tocar nesse assunto porque eu acho que é um assunto ruim, da forma como alguns da imprensa colocaram. Mas o ambiente nosso é fantástico. Com a chegada do Levir, ele é muito bom e a gente está feliz com o resultado de campo.

Ricardo Oliveira estará em campo contra o Avaí, domingo, em Florianópolis. O Santos é o terceiro colocado do Brasileiro com 34 pontos, dois atrás do Grêmio e dez distante do Corinthians.